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  • O Caçador de Esmeraldas
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  • Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada Do outono, quando a terra, em sede requeimada, Bebera longamente as águas da estação, - Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata, À frente dos peões filhos da rude mata, Fernão Dias Pais Leme entrou pelo sertão. Ah! quem te vira assim, no alvorecer da vida, Bruta Pátria, no berço, entre as selvas dormida, No virginal pudor das primitivas eras, Quando, aos beijos do sol, mal compreendendo o anseio Do mundo por nascer que trazias no seio, Reboavas ao tropel dos índios e das feras!
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  • O Caçador de Esmeraldas
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Autor
  • Olavo Bilac
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  • Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entrada Do outono, quando a terra, em sede requeimada, Bebera longamente as águas da estação, - Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata, À frente dos peões filhos da rude mata, Fernão Dias Pais Leme entrou pelo sertão. Ah! quem te vira assim, no alvorecer da vida, Bruta Pátria, no berço, entre as selvas dormida, No virginal pudor das primitivas eras, Quando, aos beijos do sol, mal compreendendo o anseio Do mundo por nascer que trazias no seio, Reboavas ao tropel dos índios e das feras! Já lá fora, da ourela azul das enseadas, Das angras verdes, onde as águas repousadas Vêm, borbulhando, à flor dos cachopos cantar; Das abras e da foz dos tumultuosos rios, Tomadas de pavor, dando contra os baixios, As pirogas dos teus fugiam pelo mar... De longe, ao duro vento opondo as largas velas, Bailando ao furacão, vinham as caravelas, Entre os uivos do mar e o silêncio dos astros; E tu, do litoral, de rojo nas areias, Vias o Oceano arfar, vias as ondas cheias De uma palpitação de proas e de mastros. Pelo deserto imenso e líquido, os penhascos Feriam-nas em vão, roíam-lhes os cascos... A quantas, quanta vez, rodando aos ventos maus, O primeiro pegão, como a baixéis, quebrava! E lá iam, no alvor da espumarada brava, Despojos da ambição, cadáveres de naus. Outras vinham, na febre heróica da conquista! E quando, de entre os véus das neblinas, à vista Dos nautas fulgurava o teu verde sorriso, Os seus olhos, ó Pátria, enchiam-se de pranto: Era como se, erguendo a ponta do teu manto, Vissem, à beira d'água, abrir-se o Paraíso! Mais numerosa, mais audaz, de dia em dia, Engrossava a invasão. Como a enchente bravia, Que sobre as terras, palmo a palmo, abre o lençol Da água devastadora, - os brancos avançavam: E os teus filhos de bronze ante eles recuavam, Como a sombra recua ante a invasão do sol. Já nas faldas da serra apinhavam-se aldeias; Levantava-se a cruz sobre as alvas areias, Onde, ao brando mover dos leques das juçaras, Vivera e progredira a tua gente forte. Soprara a destruição, como um vento de morte, Desterrando os pajés, abatendo as caiçaras. Mas além, por detrás das broncas serranias, Na cerrada região das florestas sombrias, Cujos troncos, rompendo as lianas e os cipós, Alastravam no céu léguas de rama escura; Nos matagais, em cuja horrível espessura Só corria a anta leve e uivava a onça feroz: Além da áspera brenha, onde as tribos errantes À sombra maternal das árvores gigantes Acampavam; além das sossegadas águas Das lagoas, dormindo entre aningais floridos; Dos rios, acachoando em quedas e bramidos, Mordendo os alcantis, roncando pelas fráguas; - Aí, não ia ecoar o estrupido da luta. E, no seio nutriz da natureza bruta, Resguardava o pudor teu verde coração! Ah! quem te vira assim, entre as selvas sonhando, Quando a bandeira entrou pelo teu seio, quando Fernão Dias Pais Leme invadiu o sertão!
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