abstract
| - Partamona batesi sp. nov. (Figs. 42, operária; 76, 106, macho; 163, distribuição; Tabs. II-X) Partamona pearsoni; ?Roubik, 1989:75; Chittka et al., 1997:107, 108, 109, 111, 114. Diagnose. Abelhas de porte médio (l.m.c. 2,6-2,7 mm, c.a.a. 5,9-6,1 mm; Tabs. III, IV). Integumento preto. Mandíbula com a 1/2 basal amarelada ou predominantemente ferrugínea, ápice ferrugíneo-escuro, côndilos pretos. Flagelo castanho-escuro ou enegrecido. Estrias paroculares estreitas (0,6-0,8x o diâmetro do 2o flagelômero), aproximadamente com a mesma largura em toda a extensão ou um pouco alargadas embaixo (1,0-1,2x o diâmetro do 2o flagelômero), chegando até a interorbital superior (como na figura 133 de P. epiphytophila). Pilosidade preta. Membrana das asas levemente ferrugínea; microtríquias pretas em toda a asa ou amarelas na região do pterostigma; veias méleas, mas escurecidas pelas microtríquias escuras (exemplares com extensão maior de microtríquias amarelas, na região do pterostigma, apresentam as veias mais claras). Cerdas da base do escapo um pouco mais longas que o diâmetro deste (0,9-1,5x; Tab. VII). Cerdas eretas das áreas paroculares, ao lado dos alvéolos, aproximadamente tão longas quanto o diâmetro do escapo, ou um pouco mais curtas. Cerdas do escutelo 0,9-1,0x o comprimento deste. Área basal do propódeo com uma faixa glabra mediana aproximadamente tão larga quanto o diâmetro do 2o flagelômero. Dentes da mandíbula espaçados (Fig. 42). Área malar, distância interocelar, distância ocelorbital, tíbia III e comprimento da asa anterior normais (Tabs. V, VI, VIII, IX). Bifurcação da M+Cu geralmente coincidente com a cu-v (raramente levemente anterior). Macho, basitarso III alongado, achatado ou convexo-côncavo; tíbia III estreita (Fig. 76); EVII com projeção mediana curta e triangular, os chanfros laterais curtos e largos (Fig. 106). Variação. A extensão ocupada pelas microtríquias amarelas, na região do pterostigma é bastante variável entre os indivíduos. Operária. Dimensões. Comprimento total aproximado, 5,56 mm; da asa anterior, 6,06 mm (incluindo a tégula, 6,81 mm); largura máxima da cabeça, 2,68 mm; do TIII, 2,80 mm (Tab. X). Cor do integumento. Preto, apenas as tíbias III, pronoto, metanoto e esternos mais claros, e os tarsômeros de todos os pares de pernas, ferrugíneos. Tégulas castanho-ferrugíneas, translúcidas medianamente. Labro amarelo vivo; mandíbula amarela, como o labro no terço basal e ferrugínea em direção ao ápice, côndilos enegrecidos. Escapo com a face inferior amarelada e a superior enegrecida. Flagelo castanho escuro o 1o e os dois últimos flagelômeros amarelados. Máculas nítidas, amarelo-marfim. As manchas no clípeo aproximadamente em forma de L, a distância entre elas, na porção mais apical do clípeo, como o diâmetro do 2o flagelômero, mais nítidas nos cantos inferiores. Mancha supraclipeal aproximadamente triangular. Abaixo do ocelo, um triângulo invertido, alongado, um pouco mais longo que o diâmetro do ocelo médio. Contornando o sulco frontal superiormente, uma estria um pouco apagada. Estrias paroculares um pouco alargadas embaixo (ca. 1,13x o diâmetro do 2o flagelômero), estreitando suavemente até a altura da linha da maior distância interorbital, alargando novamente (ca. 0,88x o diâmetro do 2o flagelômero) e chegando até a altura da linha da menor distância interorbital superior. Genas, uma pequena mancha margeando o quarto inferior do olho. Tórax com uma estria pouco conspícua na margem posterior do pronoto; as estrias laterais do mesoscuto mais nítidas posteriormente; as axilas maculadas nos 2/3 anteriores; escutelo com uma estria pouco nítida na margem anterior e outra mais larga no bordo posterior, interrompida medianamente. Basitarso II com uma estria a cada lado, acompanhando as margens anterior e posterior; o basitarso III com estria apenas na margem anterior, mais alargada e nítida distalmente. Membrana da asa anterior levemente ferrugínea; microtríquias predominantemente enegrecidas, apenas o pterostigma e regiões adjacentes com microtríquias amarelas; veias méleas, escurecidas pelas microtríquias, C e R mais escuras na base. Pilosidade. Predominantemente enegrecida, mais clara na porção ventral do tórax (coxas, trocanteres e mesepisternos); esternos com as cerdas enegrecidas na porção basal, despigmentadas na porção apical; cerdas ferrugíneas na face interna dos basitarsos II e III. Área basal do propódeo com uma faixa glabra mediana. A franja pré-marginal do TIII com cerdas muito mais curtas na região mediana que as laterais. Cerdas da base do escapo 1,29x mais longas que o diâmetro deste. Nas áreas paroculares inferiores, ao lado dos alvéolos, as cerdas eretas 1,5x o diâmetro do escapo. Cerdas do clípeo tão longas quanto as da base do escapo; na fronte 1,14x o diâmetro do escapo; no vértice mais longas, ca. 2,0x; no disco do mesoscuto e na porção anterior da linha média, 1,50 e 2,71x, respectivamente. As cerdas do ápice do escutelo tão longas quanto o comprimento deste. Integumento. Liso e polido, apenas com a pontuação pilígera, típica do gênero. Forma e proporções (Tab. X). Cabeça, 1,20x mais larga que longa, 1,34x mais larga que a distância clipeocelar. Olhos 2,41x mais longos que largos, levemente divergentes embaixo. Área malar tão longa quanto o diâmetro do 2o flagelômero. Comprimento do clípeo igual a 0,55x a sua largura máxima e 0,35x a distância clipeocelar. Comprimento das mandíbulas 0,57x a distância clipeocelar; os dentes um pouco espaçados e no nível do bordo (Fig. 42). Comprimento do escapo 0,96x a distância alvéolo-ocelo lateral, seu diâmetro um pouco menor que o do 2o flagelômero. Distância interocelar 1,38x maior que a ocelorbital e ca. de 1,83x o diâmetro do ocelo médio. Escutelo aproximadamente semicircular, cerca de 0,50x mais curto que largo. Tíbia III 0,93x mais curta que a cabeça, e 2,10x mais longa que larga; canto póstero-distal arredondado, pouco projetado, margem apical fracamente sinuada; contorno da margem posterior suavemente sinuado. Basitarso III 1,61x mais longo que largo; canto póstero-distal arredondado e margem apical em ângulo um pouco maior que 90o em relação à margem anterior. Asa anterior 2,59x mais longa que larga e 2,26x a largura máxima da cabeça. Bifurcação de M+Cu levemente anterior à cu-v. Hâmulos, 5. Macho. Figuras 76, 106. Material-tipo. Holótipo, operária, de "Nogueiras, lago de Tefé AM-Brasil, 25-26.08.1993, 64o48'W, 3o19'S", "Camargo, Pedro, Mazucato, leg.", "627c". Parátipos, 59 operárias e 12 machos montados em alfinetes, e centenas de exemplares em álcool, provenientes do mesmo ninho; do ninho "626c", da mesma localidade, data e coletores, 60 operárias e 3 machos em alfinetes, além de centenas de exemplares em álcool, depositados na RPSP. Distribuição geográfica e hábitat. Endêmica das florestas tropicais da região de Tefé, AM, Brasil (Fig. 163). Nidificação. Em termiteiro arborícola externo de Nasutitermes acangussu Bandeira & Fontes, 1979 (ninhos nos. 522c, 526c e 560c) e de outras espécies de Nasutitermes. Etimologia. Homenagem ao naturalista inglês Henry Walter Bates (1825-1892). Discussão. Dentre as espécies do grupo bilineata / epiphytophila, apresenta maior semelhança com P. epiphytophila, com a qual entra em simpatria na região de Tefé (Figs. 162, 163). Difere desta pelos dentes da mandíbula, geralmente com espaçamento menor (mas nem sempre, compare as figuras 42 e 33), cerdas da base do escapo mais curtas, e tamanho menor. Uma diferença muito sutil, que pode auxiliar na separação das espécies na região de sobreposição, ocorre na forma do basitarso III das operárias, que em P. epiphytophila tende a ser mais alongado e estreito. Mais nítida é a diferença entre os substratos de nidificação. P. batesi nidifica em termiteiros arborícolas externos, geralmente em áreas mais abertas (queimadas, e roçados, e.g.), freqüentemente formando grandes agregações, enquanto P. epiphytophila, nidifica sob raízes de epífitas, não associada à termiteiros.
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