abstract
| - Soava na altura indefinido arpejo... Cantava perto um pássaro, em segredo; E, enviando à terra o derradeiro beijo, Esbatia-se a luz pelo arvoredo. Cantava perto um pássaro em segredo; Cortavam fitas de ouro o firmamento... Esbatia-se a luz pelo arvoredo: Caíra a tarde; sossegara o vento. Cortavam fitas de ouro o firmamento... Quedava imoto o coqueiral tranqüilo... Caíra a tarde. Sossegara o vento. Que mágoa derramada em tudo aquilo! Quedava imoto o coqueiral tranqüilo. Pisando a areia, que a teus pés falava, (Que mágoa derramada em tudo aquilo!) Vi lá embaixo o teu vulto que passava. Pisando a areia, que a teus pés falava, Entre as ramadas flóridas seguiste. Vi lá embaixo o teu vulto que passava... Tio distraída! - nem sequer me viste! Entre as ramadas flóridas seguiste, E eu tinha a vista de teu vulto cheia. Tio distraída! - nem sequer me viste! E eu contava os teus passos sobre a areia. Eu tinha a vista de teu vulto cheia. E, quando te sumiste ao fim da estrada, Eu contava os teus passos sobre a areia: Vinha a noite a descer, muda e pausada... E, quando te sumiste ao fim da estrada, Olhou-me do alto uma pequena estrela. Vinha a noite, a descer, muda e pausada, E outras estrelas se acendiam nela. Olhou-me do alto uma pequena estrela, Abrindo as áureas pálpebras luzentes: E outras estrelas se acendiam nela, Como pequenas lâmpadas trementes. Abrindo as áureas pálpebras luzentes, Clarearam a extensão dos largos campos; Como pequenas lâmpadas trementes Fosforeavam na relva os pirilampos. Clarearam a extensão dos largos campos. . Vinha, entre nuvens, o luar nascendo... Fosforeavam na relva os pirilampos... E eu inda estava a tua imagem vendo. Vinha, entre nuvens, o luar nascendo: A terra toda em derredor dormia... E eu inda estava a tua imagem vendo, Quando passaste ao declinar do dia! Categoria:Poesia brasileira Categoria:Olavo Bilac
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