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| - A Cresso não igualo no tesouro; mas deu-me a sorte com que honrado viva. Não cinjo coroa d'ouro; mas povos mando, e na testa altiva verdeja a coroa do sagrado louro. Graças, ó Nise bela, graças à minha estrela! Maldito seja aquele, que só trata de contar, escondido, a vil riqueza, que, cego, se arrebata em buscar nos avós a vã nobreza, com que aos mais homens, seus iguais, abata. Graças, ó Nise bela, graças à minha estrela!
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| - A Cresso não igualo no tesouro; mas deu-me a sorte com que honrado viva. Não cinjo coroa d'ouro; mas povos mando, e na testa altiva verdeja a coroa do sagrado louro. Graças, ó Nise bela, graças à minha estrela! Maldito seja aquele, que só trata de contar, escondido, a vil riqueza, que, cego, se arrebata em buscar nos avós a vã nobreza, com que aos mais homens, seus iguais, abata. Graças, ó Nise bela, graças à minha estrela! As fortunas, que em torno de mim vejo, por falsos bens, que enganam, não reputo; mas antes mais desejo: não para me voltar soberbo em bruto, por ver-me grande, quando a mão te beijo. Graças, ó Nise bela, graças à minha estrela! Pela ninfa, que jaz vertida em louro, o grande deus Apolo não delira? Jove, mudado em touro e já mudado em velha não suspira? seguir aos deuses nunca foi desdouro. Graças, ó Nise bela, graças à minha estrela! Pertendam Anibais honrar a História, e cinjam com a mão, de sangue cheia, os louros da vitória; eu revolvo os teus dons na minha idéia: só dons que vêm do céu são minha glória. Graças, ó Nise bela, graças à minha estrela!
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