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| - Quando eu era mais rapaz, Que jogava o meu pião, Andava o Centurião Dando a todos sotas e ás. Nesse tempo aos Sabiás Armava a minha esparrela; Comia caldo em panela Por ter os pratos quebrados; E até por mal de pecados, Amei a ingrata mais bela. II Depois de mais alguns meses Já por baixo da sobcapa, Pelas calçadas da Lapa Pernoitava muitas vezes. Não bastaram os arneses, Que herdei de Matusalém; Só sei que querendo bem Me achei como Antão no ermo, E o mais galante estafermo, Que o mundo todo em si tem. III IV
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| - Quando eu era mais rapaz, Que jogava o meu pião, Andava o Centurião Dando a todos sotas e ás. Nesse tempo aos Sabiás Armava a minha esparrela; Comia caldo em panela Por ter os pratos quebrados; E até por mal de pecados, Amei a ingrata mais bela. II Depois de mais alguns meses Já por baixo da sobcapa, Pelas calçadas da Lapa Pernoitava muitas vezes. Não bastaram os arneses, Que herdei de Matusalém; Só sei que querendo bem Me achei como Antão no ermo, E o mais galante estafermo, Que o mundo todo em si tem. III Com os anos, com a idade, Na festa e s seu oitavário, Só em passo imaginário, Andava pela Cidade. Se é mentira, ou se é verdade, Diga-o a minha mazela, Que não sendo bagatela Bem mostra de cabo a rabo, Que por artes do diabo Eu morri sempre por ela. IV Depois de velho caduco, Já cheio de barbas brancas, Eu bispei-a dando às trancas Nos sertões de Pernambuco. Ali trabalho e trabuco Por lhe abrandar o desdém; Mas o mau modo, que tem, Procedido da vil prole, Faz crer que nem a pão mole Ela nunca me quis bem.
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