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  • O Romper d'Alva
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  • Do vento o rijo sopro as mansas ondas Varreu do imenso pego, - e o mar rugindo As nuvens se elevou com fúria insana; Enoveladas vagas se arrojaram Ao céu co'a branca espuma! Raivando em vão se encontram soluçando Na base d'erma rocha descalvada; Em vão de fúrias crescem, que se quebra A força enorme do impotente orgulho Na rocha altiva ou na arenosa praia. _ Da tormenta o furor lhe acende os brios, Da tormenta o furor lh'enfreia as iras, Que em teimosos gemidos se descerram, Da quieta noite despertando os ecos Além, no vale humilde, onde não chega Seu sanhudo gemer, que o dia abafa.
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notas
  • Publicado no livro Primeiros Cantos .
Autor
  • Gonçalves Dias
abstract
  • Do vento o rijo sopro as mansas ondas Varreu do imenso pego, - e o mar rugindo As nuvens se elevou com fúria insana; Enoveladas vagas se arrojaram Ao céu co'a branca espuma! Raivando em vão se encontram soluçando Na base d'erma rocha descalvada; Em vão de fúrias crescem, que se quebra A força enorme do impotente orgulho Na rocha altiva ou na arenosa praia. _ Da tormenta o furor lhe acende os brios, Da tormenta o furor lh'enfreia as iras, Que em teimosos gemidos se descerram, Da quieta noite despertando os ecos Além, no vale humilde, onde não chega Seu sanhudo gemer, que o dia abafa. Mas a brisa sussurrando A face do céu varreu, Tristes nuvens espalhando, Que a noite em ondas verteu. Além, atrás da montanha, Branda luz se patenteia, Que d'alma a dor afugenta, Se dentro sentida anseia. Branda luz, que afaga a vista, De que se ama o céu tingir, Quando entre o azul transparente Parece alegre sorrir; Como és linda! - Como dobras Da vida a força e do amor! - Que tão bem luz dentro d'alma Teu luzir encantador! No teu ameno silêncio A tormenta se perdeu, E do mar a forte vida Nos abismos se escondeu! Porque assim de novo agora Que o vento o não vem toldar, Parece que vai queixoso Mansamente a soluçar? Porque as ramas do arvoredo, Bem como as ondas do mar, Sem correr sopro de vento, Começam de murmurar? Sobre o tapiz d'alva relva, - Rocio da madrugada - Destila gotas de orvalho A verde folha inclinada. Renascida a natureza Parece sentir amor; Mais brilhante, mais viçosa O cálix levanta a flor. Por entre as ramas ocultas, Docemente a gorjear, Acordam trinando as aves, Alegres, no seu trinar. O arvoredo nessa língua Que diz, por que assim sussurra? Que diz o cantar das aves? Que diz o mar que murmura? - Dizem um nome sublime, O nome do que é Senhor, Um nome que os anjos dizem, O nome do Criador. Tão bem eu, Senhor, direi Teu nome - do coração, E ajuntarei o meu hino Ao hino da criação. Quando a dor meu peito acanha, Quando me rala a aflição. Quando nem tenho na terra Mesquinha consolação; Tu, Senhor, do peso insano Livras meu peito arquejante, Secas-me o pranto que os olhos Vertendo estão abundante. Tu pacificas minha alma, Quando se rasga com pena, Como a noite que se esconde Na luz da manhã serena. Tu és a luz do universo, Tu és o ser criador, Tu és o amor, és a vida, Tu és meu Deus, meu Senhor. Direi nas sombras da noite, Direi ao romper da aurora: - Tu és o Deus do universo, O Deus que minha alma adora. Tão bem eu, Senhor, direi Teu nome - do coração, E ajuntarei o meu hino Ao hino da criação.
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