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| - E depois, se vinha a noite. Fossem trevas ou luar, — Como em sonhos prazenteiros, Como em mágicos luzeiros, Do infinito pelos campos Se ia minha alma a vagar! — São menos os pirilampos No bosque — à noite! — as estrelas Nem tantas são, nem tão belas Como os doces devaneios, Desejos, temor, receios, Daquele ameno cismar! Vivia! estava desperto! Eu contigo me entretinha; Tu ali estavas — bem perto, A voz te ouvia que vinha De amor minha alma inundar! Mais formoso que tal sonho Era só meu acordar, Vendo teu rosto risonho, Vendo nele do meu sonho A imagem se desenhar! — Ouvindo-te a voz macia Baixinho pronunciar Frases de amor, de poesia, Que ninguém pudera achar!
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abstract
| - E depois, se vinha a noite. Fossem trevas ou luar, — Como em sonhos prazenteiros, Como em mágicos luzeiros, Do infinito pelos campos Se ia minha alma a vagar! — São menos os pirilampos No bosque — à noite! — as estrelas Nem tantas são, nem tão belas Como os doces devaneios, Desejos, temor, receios, Daquele ameno cismar! Vivia! estava desperto! Eu contigo me entretinha; Tu ali estavas — bem perto, A voz te ouvia que vinha De amor minha alma inundar! Mais formoso que tal sonho Era só meu acordar, Vendo teu rosto risonho, Vendo nele do meu sonho A imagem se desenhar! — Ouvindo-te a voz macia Baixinho pronunciar Frases de amor, de poesia, Que ninguém pudera achar! Crê-me! a infanta portuguesa, De Inglaterra a princesa, Laura, Elvira, Beatriz, Nos cantos de ilustres bardos Só — foram grandes: tu, não! Distinta por natureza No sentimento rainha, A poesia te vinha Sublime, estreme, feliz, Traduzida em gesto brando, Ou d'alma plena brotando Do abundante coração, Ampla, caudal como um rio, Como pérolas em fio A granizarem no chão! Aquelas vivem eterno Na história do seu amor! Em trono de luz sentadas, C'roadas de resplendor! Mas, quem dirá o que foste! O que és ainda — talvez! Se estas pobres folhas soltas Nem chegarão a teus pés?!
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