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| - Ela vence muito, e muito À laranjeira copada, Estando de flores, E de frutos ornada. É, Glauceste, os teus Amores; E nem por outra Pastora, Que menos dotes tivera, Ou que menos bela fora, O meu Glauceste cansara As divinas cordas de ouro. Ah! que a tua Eulina vale, Vale um imenso tesouro! Sim, Eulina é uma Deusa; Mas anima a formosura De uma alma de fera; Ou inda mais dura. Ah! quando Dirceu pondera Que o seu Glauceste suspira, Perde, perde o sofrimento, E qual enfermo delira! Tenha embora brancas faces, Meigos olhos, fios de ouro, A tua Eulina não vale, Não vale imenso tesouro.
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abstract
| - Ela vence muito, e muito À laranjeira copada, Estando de flores, E de frutos ornada. É, Glauceste, os teus Amores; E nem por outra Pastora, Que menos dotes tivera, Ou que menos bela fora, O meu Glauceste cansara As divinas cordas de ouro. Ah! que a tua Eulina vale, Vale um imenso tesouro! Sim, Eulina é uma Deusa; Mas anima a formosura De uma alma de fera; Ou inda mais dura. Ah! quando Dirceu pondera Que o seu Glauceste suspira, Perde, perde o sofrimento, E qual enfermo delira! Tenha embora brancas faces, Meigos olhos, fios de ouro, A tua Eulina não vale, Não vale imenso tesouro. O fuzil, que imita a cobra, Também aos olhos é belo: Mas quando alumeia, Tu tremes de vê-lo. Que importa se mostra cheia De mil belezas a ingrata? Não se julga formosura A formosura, que mata. Evita, Glauceste, evita O teu estrago, e desdouro; A tua Eulina não vale, Não vale imenso tesouro. A minha Marília quanto À natureza não deve! Tem divino rosto, E tem mãos de neve. Se mostro na face o gosto, Ri-se Marília contente; Se canto, canta comigo, E apenas triste me sente, Limpa os olhos com as tranças De fino cabelo louro. A minha Marília vale, Vale um imenso tesouro.
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