abstract
| - Partamona rustica sp. nov. (Figs. 46, 139, operária; 93, 122, macho; 172, distribuição; Tabs. II-IX, XIII) Diagnose. Abelhas de porte médio (l.m.c. 2,4-2,5 mm, c.a.a. 5,6-6,0 mm, Tabs. III, IV). Integumento preto. Mandíbula por inteiro ou predominantemente ferrugínea, apenas o 1/5 basal amarelado ou descolorido. Flagelo alaranjado ou castanho-amarelado. Estrias paroculares alargadas embaixo (ca. 1,3x o diâmetro do 2o flagelômero) e, em cima, afilando gradualmente, até a interorbital superior. Máculas do tórax apagadas ou pouco conspícuas. Pilosidade preta. Membrana das asas ferrugínea escura; microtríquias pretas; veia escurecidas principalmente na metade basal da asa. Cerdas da base do escapo nitidamente mais longas que o diâmetro deste (1,3-1,6x; Tab. VII), bem diferenciadas em relação às demais cerdas. Cerdas eretas das áreas paroculares, ao lado dos alvéolos, robustas, mais longas que o diâmetro do escapo. Cerdas do escutelo ca. 0,8-0,9x o comprimento deste. Área basal do propódeo com uma faixa glabra mediana, larga, ca. 1,5x o diâmetro do 2o flagelômero. Dentes da mandíbula aproximadamente eqüidistantes e um pouco recuados em relação ao ápice do bordo apical (Fig. 46). Área malar, distância interocelar, distância ocelorbital, tíbia III e comprimento da asa anterior, normais (Tabs. V, VI, VIII, IX). Bifurcação da M+Cu geralmente coincidente com a cu-v (raramente levemente anterior). Macho, basitarso III curto e largo, achatado ou convexo-côncavo; tíbia III alargada em direção ao ápice (Fig. 93); EVII com a projeção mediana longa, de lados aproximadamente subparalelos, os chanfros laterais profundos e largos (Fig. 122). Operária. Dimensões. Comprimento total aproximado, 5,81 mm; da asa anterior, 5,73 mm (incluindo a tégula, 6,39 mm); largura máxima da cabeça, 2,42 mm; do TIII, 2,48 mm (Tab. XIII). Cor do integumento. Preto, sem áreas mais claras, inclusive no metanoto. Tégula enegrecida, apenas medianamente um pouco translúcida. Labro amarelo. Mandíbula amarela no terço basal e ferrugíneo-clara em direção ao ápice, côndilos enegrecidos. Escapo enegrecido, com a face inferior um pouco amarelada. Flagelo castanho-amarelado, na face superior um pouco mais escurecido. Máculas da face nítidas, principalmente as paroculares; no tórax apenas as axilas maculadas. Manchas no clípeo aproximadamente em forma de L, a distância entre elas, na porção apical do clípeo, menor que o diâmetro do 2o flagelômero, mais nítidas nos cantos inferiores. Mancha supraclipeal aproximadamente trapezoidal. Sem estrias na fronte. Estrias paroculares curtas, alargadas embaixo, aproximadamente tão largas quanto o diâmetro do escapo, afilando suavemente e terminando na altura da linha da distância interorbital máxima. Genas uma faixa muito apagada terminando no meio do olho. Tórax apenas com o bordo interno das axilas amarelado. Membrana da asa anterior ferrugíneo-escura, mais escurecida na metade basal (radial, 1a e 2a cubitais); microtríquias enegrecidas em toda asa; veias escurecidas, principalmente na metade basal; C e R enegrecidas para a base. Pilosidade. Enegrecida, apenas o ápice das cerdas ventrais mais claro. Área basal do propódeo com uma faixa glabra mediana. Franja pré-marginal do TIII com cerdas muito mais curtas na região mediana que as laterais. Cerdas da base do escapo 1,63x mais longas que o diâmetro deste. Áreas paroculares inferiores, ao lado dos alvéolos, com as cerdas eretas 1,13x o diâmetro do escapo; no clípeo 0,88x; na fronte,1,06x; no vértice 2,0x; no disco do mesoscuto e na porção anterior da linha média, 0,88 e 1,5x, respectivamente. Cerdas mais longas no ápice do escutelo com ca. de 0,87x o comprimento deste. Integumento. Liso e polido, apenas com a pontuação pilígera típica do gênero. Forma e proporções (Tab. XIII). Cabeça, 1,16x mais larga que longa, e 1,32x mais larga que a distância clipeocelar. Olhos 2,47x mais longos que largos, levemente convergentes embaixo. Área malar tão longa quanto o diâmetro do 2o flagelômero. Clípeo 0,54x mais curto que sua largura máxima e 0,35x a distância clipeocelar. Mandíbulas 0,58x a distância clipeocelar; os dentes eqüidistantes, um pouco recuados (Fig. 46). Escapo 0,96x a distância alvéolo-ocelo lateral, seu diâmetro como o do 2o flagelômero. Distância interocelar 1,50x maior que a ocelorbital e ca. de 1,83x o diâmetro do ocelo médio. Escutelo aproximadamente semicircular, cerca de 0,74x mais curto que largo. Tíbia III 0,94x mais curta que a cabeça e 2,11x mais longa que larga; o canto póstero-distal anguloso, projetado, a margem apical sinuada; o contorno da margem posterior, suavemente sinuado. Basitarso III, 1,45x mais longo que largo; canto póstero-distal anguloso, projetado; margem apical em ângulo maior que 100o em relação à margem anterior. Asa anterior 2,65x mais longa que larga e 2,37x a largura máxima da cabeça. Bifurcação de M+Cu coincidente com a cu-v. Hâmulos, 5. Macho. Figuras 93, 122. Material-tipo. Holótipo, operária, de "Santo Antonio Cocos - BA, Brasil 44o40'W, 14o8'S", "24,27-VII-1995 Mazucato leg.", ninho "699c", parátipos, do mesmo ninho, 59 operárias e, com a mesma etiqueta de procedência, data e coletor, ninho "698c", 59 operárias; outras 6 operárias, de mesma procedência, data e coletor, nos. 951522, 951523, 951720, 951721, 951764, 951829, todos na RPSP. Material examinado. BRASIL: Bahia: Maracás, IX.1965, F.M. Oliveira (30 ops., DZUP; 7 ops., RPSP); ibidem, 14.IX.1965, F. Oliveira (4 ops., DZUP); St. Moça Branca - Ssa-BA, 4.XII.1998, Milson Batista, ninho 4 (2 ops., RPSP). Minas Gerais: Cônego Marinho, 44° 25'W, 15° 18'S, 29.III.1988, Nereu (28 ops., 880452, 880632-880648, RPSP); ibidem, 13-15.III.1988, M. Mazucato (1 rainha, 76 ops., ninho 424c; 1 op., 880452, RPSP); Itamarandiba, Faz. Penedo Serrinha, 27.VII.1997, F. A. Silveira (1 op., 1441-3782, BHMH; 1 op., 1436-3761, RPSP); Jaíba, 13.I.1986, G. Melo (1 macho, 1 op. 302/1/18, MELO); Janaúba, 13.IX.1985, G. Melo (4 ops., 211/1/12, UFVB); ibidem, idem, 11.I.1986 (1 op., 305/1/18, MELO), 14.I.1986 (4 ops., 265/1/16, UFVB; 1 op., RPSP); Lontra, 44°18'W, 15° 6'S, 17-19.III.1988, M. Mazucato (1 rainha, 67 ops., ninho 439c, RPSP); ibidem, idem, 23.VII.1988 (96 ops., ninho 460c, RPSP). Distribuição geográfica e hábitat. Endêmica do norte de Minas Gerais até a região de Maracás na Bahia, acompanhando a Serra do Espinhaço (Fig. 172). Nidificação. Termiteiro arborícola externo e em cumeeira de habitação humana (M. Mazucato e G. Melo, inf. pessoal). Etimologia. Do latim, rusticus, rústico, campestre, referindo-se a região de ocorrência da espécie. Discussão. Distingue-se de P. helleri pela forma do basitarso, fortemente projetado-anguloso, pela estria parocular um pouco alargada abaixo das fóveas tentoriais, porém bastante apagada, com limites difusos e pela cor do flagelo, alaranjado (como em P. cupira). De P. criptica sp. nov. distingue-se pelas cerdas longas da base do escapo, ca. de 1,5 a 1,8 vezes o diâmetro deste. De P. cupira difere, também, pelas cerdas mais longas do escapo e pelas asas escuras. Apresenta porte pequeno a médio, largura máxima da cabeça ca. de 2,48 mm (2,44-2,54 mm). Além da cor do flagelo e forma do basitarso, também possui hábitos de nidificação distintos de P. helleri, nidificando em termiteiros arborícolas. Com P. cupira, compartilha a cor do flagelo e o basitarso projetado-anguloso, porém cor da asa e padrão de manchas da face são distintos, além disso, P. cupira nidifica em termiteiros epígeos. No município de Lontra-MG, foram coletados ninhos tanto de P. rustica sp. nov. como de P. cupira
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