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| - Sinto as vezes ferir-me a retina ofuscada Um sonho: - A Natureza abre as perpétuas fontes; E, ao dano criador que invade os horizontes, Vejo a Terra sorrir à primeira alvorada. Nos mares e nos céus, nas rechãs e nos montes, A Vida canta, chora, arde, delira, larada. E arfa a Terra, num parto horrendo, carregada De monstros, de mamuts e de rinocerontes. Rude, uma geração de gigantes acorda Para a conquista. A uivar, do refugio das furnas A migração primeira, em torvelins, transborda. E ouço, longe, rodar, nas primitivas eras, Como uma tempestade entre as sombras noturnas,
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abstract
| - Sinto as vezes ferir-me a retina ofuscada Um sonho: - A Natureza abre as perpétuas fontes; E, ao dano criador que invade os horizontes, Vejo a Terra sorrir à primeira alvorada. Nos mares e nos céus, nas rechãs e nos montes, A Vida canta, chora, arde, delira, larada. E arfa a Terra, num parto horrendo, carregada De monstros, de mamuts e de rinocerontes. Rude, uma geração de gigantes acorda Para a conquista. A uivar, do refugio das furnas A migração primeira, em torvelins, transborda. E ouço, longe, rodar, nas primitivas eras, Como uma tempestade entre as sombras noturnas, O estrupido brutal dessa invasão de feras. (As Viagens , I) Categoria:Poesia brasileira Categoria:Olavo Bilac
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