Attributes | Values |
---|
rdfs:label
| - Mocidade (Casimiro de Abreu)
|
rdfs:comment
| - Por que chorar quando a natura é risos, Quando no prado a primavera é flores? - Não foge a rosa quando o sol a busca Antes se abrasa nos gentis fulgores. Não! - Viver é amar, é ter um dia Um amigo, uma mão que nos afague; Uma voz que nos diga os seus queixumes, Que as nossas mágoas com amor apague. A vida é um deserto aborrecido Sem sombra doce, ou viração calmante; - Amor - é a fonte que nasceu nas pedras E mata a sede à caravana errante. Amai-vos! disse Deus criando o mundo, Amemos! - disse Adão no paraíso, Amor! - murmura o mar nos seus queixumes, Amor! - repete a terra num sorriso!
|
dcterms:subject
| |
dbkwik:resource/RQXmPcyd2wFf2CmVCz207g==
| |
dbkwik:pt.poesia/p...iPageUsesTemplate
| |
Autor
| |
abstract
| - Por que chorar quando a natura é risos, Quando no prado a primavera é flores? - Não foge a rosa quando o sol a busca Antes se abrasa nos gentis fulgores. Não! - Viver é amar, é ter um dia Um amigo, uma mão que nos afague; Uma voz que nos diga os seus queixumes, Que as nossas mágoas com amor apague. A vida é um deserto aborrecido Sem sombra doce, ou viração calmante; - Amor - é a fonte que nasceu nas pedras E mata a sede à caravana errante. Amai-vos! disse Deus criando o mundo, Amemos! - disse Adão no paraíso, Amor! - murmura o mar nos seus queixumes, Amor! - repete a terra num sorriso! Doce filha da lânguida tristeza Tua alma a suspirar de amor definha... - Abre os olhos gentis à luz da vida, Vem ouvir no silêncio a voz da minha! Amemos! Este mundo é tão tristonho! A vida, como um sonho - brilha e passa; Porque não havemos p'ra acalmar as dores Chegar aos lábios o licor da taça? O mundo! o mundo! - E que te importa o mundo? - Velho invejoso, a resmungar baixinho! Nada perturba a paz serena e doce Que as rolas gozam no seu casto ninho. Amemos! - tudo vive e tudo canta... Cantemos! seja a vida - hinos e flores; De azul se veste o céu... vistamos ambos O manto perfumado dos amores. ........................ Doce filha da lânguida tristeza Ergue a fronte pendida - o sol fulgura! - Como a flor indolente da campina Abre ao sol da paixão tua alma pura! Setembro - 1858.
|