abstract
| - Partamona auripennis sp. nov. (Figs. 55, 56, 155, operária; 88, 117, macho; 169, distribuição; Tabs. II-IX, XI) Partamona cf. nigrior; Camargo, 1988b:357; Oliveira et al., 1995:16,18. Partamona nigrior; Roubik, 1996:178 (at Mimosa pudica). ?Partamona cupira; Engel & Dingemans-Bakels, 1980:350 (não há dados seguros para o reconhecimento da espécie). Partamona aff. cupira; Camargo, 1988b:357. Diagnose. Abelhas de porte médio (l.m.c. 2,3-2,5 mm, c.a.a. 5,3-5,8 mm; Tabs. III, IV). Labro enegrecido. Mandíbula enegrecida ou castanho-escura quase por inteiro. Flagelo castanho-escuro. Estrias paroculares alargadas embaixo (ca. 1,5x o diâmetro do 2o flagelômero) e afilando suavemente, até desaparecer na altura da interorbital máxima (Fig. 155). Máculas do tórax apagadas ou pouco conspícuas. Pilosidade preta. Membrana das asas hialina; microtríquias amarelas em toda asa (raramente enegrecidas na base e no ápice); veias uniformemente méleo-claras (inclusive C e R, ou estas apenas um pouco mais ferrugíneas). Cerdas da base do escapo um pouco mais longas que o diâmetro deste (entre 0,9-1,2x; Tab. VII). Cerdas eretas das áreas paroculares, ao lado dos alvéolos, tão longas quanto o diâmetro do escapo. Cerdas do escutelo 0,9-1,0x o comprimento deste. Área basal do propódeo com uma faixa mediana glabra, da largura do diâmetro do 2o flagelômero. Dentes da mandíbula pequenos e muito recuados em relação ao ápice do bordo apical (Figs. 55, 56). Área malar, distância interocelar, distância ocelorbital, tíbia III e comprimento da asa anterior, normais (Tabs. V, VI, VIII, IX). Bifurcação da M+Cu geralmente coincidente com a cu-v (raramente levemente anterior). Macho, basitarso III curto e largo, achatado ou convexo-côncavo; tíbia III estreita (Fig. 88); EVII com projeção mediana longa, de lados aproximadamente subparalelos, os chanfros laterais profundos e largos (Fig. 117). Operária. Dimensões. Comprimento total aproximado, 5,64 mm; da asa anterior, 5,64 mm (incluindo a tégula, 6,39 mm); largura máxima da cabeça, 2,50 mm; do TIII, 2,52 mm (Tab. XI). Cor do integumento. Predominantemente preto, o metanoto e as tíbias III mais claros, os tarsômeros de todos os pares de pernas, ferrugíneos; tégula castanho-escura, translúcida medianamente. Labro enegrecido; mandíbula predominantemente ferrugíneo-enegrecida. Escapo por inteiro enegrecido, apenas o terço basal um pouco mais claro. Flagelo castanho-escuro, apenas o 1o e os dois últimos flagelômeros amarelados. Máculas da cabeça e tórax pouco conspícuas. As manchas no clípeo apagadas, um pouco mais nítidas apenas nos cantos inferiores. Mancha supraclipeal aproximadamente trapezoidal, pouco conspícua. Sem manchas na fronte e abaixo do ocelo médio. Estrias paroculares pouco conspícuas, mais nítidas apenas na altura da área malar, alargadas embaixo (ca. 1,2x mais largas que o diâmetro do 2o flagelômero), estreitando-se gradualmente para cima, chegando, já bem apagadas, até a altura da linha da menor distância interorbital superior. Nas genas uma pequena mancha margeando a extremidade inferior do olho. Estrias laterais do mesoscuto muito apagadas, um pouco menos na altura das tégulas; nas axilas e no bordo posterior do escutelo um pouco mais nítidas. Membrana da asa anterior hialina (dando a impressão de amarelada, devido a presença de resina); microtríquias predominantemente amarelas, fuscas no ápice e ferrugíneas na base; veias méleas, C e R um pouco mais ferrugíneas basalmente. Pilosidade. Enegrecida, mais clara apenas a porção apical das cerdas ventrais do tórax e abdômen, onde são mais delgadas. Área basal do propódeo com uma faixa glabra mediana. Franja pré-marginal do TIII com cerdas muito mais curtas na região mediana que as laterais. Cerdas da base do escapo 1,4x mais longas que o diâmetro deste. Nas áreas paroculares inferiores, ao lado dos alvéolos, as cerdas eretas 1,6x mais longas que o diâmetro do escapo; no clípeo 1,5x e as da fronte 1,4x; no vértice, mais longas, ca. 1,9x; no disco do mesoscuto e na porção anterior da linha média 1,07 e 2,4x, respectivamente. As cerdas mais longas no ápice do escutelo com ca. de 1,07 x o comprimento deste. Integumento. Liso e polido, apenas com a pontuação pilígera típica do gênero. Forma e proporções (Tab. XI). Cabeça, 1,20x mais larga que longa, e 1,12x mais larga que a distância clipeocelar. Olhos 2,44x mais longos que largos, um pouco convergentes embaixo. Área malar ca. de 1,06x o diâmetro do 2o flagelômero. Clípeo 1,94x mais longo que sua largura máxima e 0,34x a distância clipeocelar. Comprimento das mandíbulas 0,57x a distância clipeocelar (mandíbulas fechadas no holótipo; nos parátipos, os dentes pequenos, curtos, recuados; Fig. 56). Escapo 0,90x a distância alvéolo-ocelo lateral, seu diâmetro um pouco menor que o do 2o flagelômero. Distância interocelar 1,4x maior que a ocelorbital e ca. 1,75x o diâmetro do ocelo médio. Escutelo aproximadamente semicircular, ca. 0,47x mais curto que largo. Tíbia III 0,93x mais curta que a cabeça e 2,11x mais longa que larga; canto póstero-distal arredondado, pouco projetado, a margem apical fracamente sinuada; contorno da margem posterior suavemente sinuado. Basitarso III 1,62x mais longo que largo; canto póstero-distal anguloso e margem apical em ângulo um pouco maior que 90o em relação à margem anterior. Asa anterior 2,69x mais longa que larga e 2,26x a largura máxima da cabeça. Bifurcação de M+Cu levemente anterior à cu-v. Hâmulos, 5. Macho. Figuras 88, 117. Tipos. Holótipo, operária, de "Tauri, PA, Rio Tapajós Brasil SA-21 55o7'W; 3o5'S, 29-I, 1-II-79, Camargo", ninho "168c (: T~54)", mais parátipos, 41 operárias e 2 machos montados em alfinetes, além de 4 machos e muitas operárias em álcool, da mesma série e ninho, depositados na RPSP. Material examinado. COLÔMBIA. Meta: Puerto López, 4 km E, 26.VI.1985, D. Roubik , "nest in termite nest" (3 ops., STRI). VENEZUELA. Amazonas: Cerro de la Neblina, Base Camp, 0°50'N, 66°9'44, 140m, 13-20.II.1984, D. Davis, T. Mac Cabe (2 ops., USNM); ibidem, idem, 21-29.II.1984 (1 op., USNM). GUIANA. Kartabo, 17.VII.1924, Jay F.W. Pearson, (2 ops., 24153, 24147, AMNH); ibidem, idem, 22.VII.1924, 227 (1 op., AMNH); Kuyuwini R., 22.XI.1932, W.G. Hassler (1 op., Ac. 36159, AMNH); Matope, 23.VI.1924, Jay F.W. Pearson (2 ops., AMNH); ibidem, idem, 23.VII.1924, 296 (1 op., SEMC); Waranama, 15.XI.1936, J. Ogilvie (Ac. 34970, 1 op., USNM, 2 ops., AMNH). SURINAME: Surinam (localidade?), 1900, anônimo (1 macho, AMNH); Paloemeu, 2.III.1993, B. De Dijn, I 960 (3 ops., NZCS); Princie dorp, 6.VII.1991, B. De Dijn, I 1121 (4 ops., NZCS; 3 ops., RPSP); Paramaribo, VI.1920, G. Reyne, 10, "... hairs ...." (ilegível) (1 op., USNM). GUIANA FRANCESA. Cayenne, II.1917, anônimo (1 op., Ac. 5873, CMNH); ibidem, 33.5 km S and 8.4 km NW of Hwy N2 on Hwy D5, 4o48'18"N, 52o28'41"W, 30m, 25.V.1997, J. Ashe, R. Brooks FG1AB97 036, ex: misc. collecting (1 op., SM0086671 KUNHM-ENT, SEMC); Kourou, 11.5 km SW, 11.VII.1977, C.D. Michener (1 op., SEMC); ibidem, idem, 10 km NW, 22.VII.1977 (1 op., SEMC), 11 km SW, 18.VII.1977 (1 op., RPSP), 11 km W, 23.VII.1977 (1 op., RPSP); ibidem, km 4.5 SW, 13.X.1976, D. Roubik, 26 (2 ops., SEMC); ibidem, idem, 20.XII.1976, 74 (2 ops., SEMC), km 15 E., 18.VII.1976, 1 (1 op., STRI, 2 ops., RPSP), 15 km E, new road to Cayenne, 4.V.1982, D. Roubik, 69 (2 ops., RPSP); ibidem, idem, 15 km SW, degrad. Saramaca, 1.V.1982, 75 (1 op., RPSP); St. Laurent, 4.VIII.1975, G.W. Otis (1 op., STRI). BRASIL. Amapá: Oiapoque, V.1959, M. Alvarenga (1 op., DZUP); Serra do Navio, 7.II.1962, F.M. Oliveira (2 ops., DZUP). Amazonas: BR174, ZF3, km 23, 25.IV.1986, M.V.B. Garcia (1 op., UFVB); ibidem, idem, ZF6, km 9, 14.VII.1986 (2 ops., UFVB); ibidem, km 41, Agric. Ecol., 18.V.1980, A. Webber, flor R. Mucosa (4 ops., RPSP); Manaus, IV.1960, F.M. Oliveira (1 op., DZUP); ibidem, VII.1958, C. Elias (1 op., DZUP); ibidem, 1981, Falcão (1 op., RPSP); ibidem, Centro, 27.V.1990, L.A.O. Campos (4 ops., UFVB; 1 op., RPSP); ibidem, 20.VI.1988, E.F. Morato, acetato, 1 (1 op., UFVB); ibidem, idem, 4.III.1988, INPA/WWF PDBFF78 (1 op., UFVB); ibidem, Hotel Trop., 11.V.1981, D. Roubik, 5 (1 op., STRI); ibidem, IX.1962, K. Lenko (1 op., MZSP); ibidem, Boulevard, 1239, 31.III.1986, M.V.B. Garcia (4 ops., RPSP); ibidem, idem, 14.IV.1986, ninho 3 (6 ops., RPSP); ibidem, 27.V.1980, L.A.O. Campos, ninho em parede (5 ops., UFVB; 1 op., RPSP); ibidem, 4.III.1988, E.F. Morato, 78 (1 op., UFVB); ibidem, Reserva Ducke, V.1968, Faustino (1 op., 2847, INPA); ibidem, Res. Ducke, 2o56'S, 59o58'W, 23.VIII.1994, S. Pedro (6 ops., 941279, 941280,941291, 941294, 941300, 941301, RPSP); ibidem, Fazenda Esteio, 60 km N de Manaus, ZF-3, km 23, 8.VII.1990, M.L. Oliveira (1 op., 2362, UFVB); ibidem, km 30, Manaus-Itacoatiara - CEPLAC, 7.V/1976, Joselita Maria Santon (1 op., INPA); Lago Uará, rio Solimões, 65o35'W, 2o41'S, 09-13.VIII.1993, Camargo, Pedro, Mazucato (2 ops., 934412, 934420, RPSP); Tefé, SA-20, 65-3g.iii, 27-30.I.1977, Camargo, M. Mazucato (9 ops., RPSP); ibidem, XII.1961, F.M. Oliveira (2 ops., RPSP); ibidem, idem, 1-4.XII.1961 (1 op., DZUP); ibidem, I.1962, E. Carvalho (8 ops., DZUP; 2 ops., RPSP); ibidem, idem, III.1962 (1 op., DZUP); Uaupês, VII.1956, M. Alvarenga (1 op., DZUP). Pará: Jacareacanga, X.1959, M. Alvarenga (8 ops., DZUP; 1 op., RPSP); Lago Água Fria, rio Trombetas, SA-21, X-C, 56o51'W, 1o25'S, 13-15.II.1979, Camargo (1 op., RPSP); Mangabeira, Mocajuba, VI.1953, Orlando Rego (4 ops., DZUP); Tauari, rio Tapajós, SA-21, 55o7'W, 3o5'S, 29.I-1.II.1979, Camargo (20 ops., RPSP); ibidem, Tauari-Santarém, 31.I.1979, Othonyel R.L. Filho (7 ops., T-54, INPA; 1 op., RPSP). Distribuição geográfica e hábitat: Florestas tropicais, do norte da Amazônia até as Guianas (Fig. 169). Nidificação. Em termiteiro arborícola externo (Camargo, obs. pessoal). Dados de etiquetas: "Colombia, Meta Depto. Puerto López, 4 km E, 26 June 85 - nest in termite nest, D. Roubik", e de Manaus, L.A.O. Campos "ninho em parede". Etimologia. Do latim, aureus = dourado + penna = asa, referindo-se a cor dourada das asas. Discussão. Pelos dentes da mandíbula pequenos e muito recuados, e pelo EVII do macho com projeção mediana de lados subparalelos, faz parte do grupo nigrior (P. nigrior, P. combinata sp. nov., P. nigrilabris sp. nov., P. chapadicola sp. nov., P. seridoensis sp. nov., P. littoralis sp. nov.). Com as três primeiras espécies do grupo compartilha o labro enegrecido. Pode ser reconhecida dentre as espécies de Partamona pelos caracteres do grupo já mencionados, pelas asas amarelas (membrana hialina, veias e microtríquias amarelas), e labro e mandíbulas enegrecidos. Difere de P. nigrior, com a qual se sobrepõe na Guiana (Fig. 169), pelas microtríquias da asa, amarelas e pelo tamanho, em geral, maior, além da distribuição mais à leste da bacia amazônica. Outros comentários em P. nigrior.
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