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| - "Morre, tirano; Morre, inimigo." Mal isto digo, Raivoso o aperto Nos braços meus. Tanto que o moço Sente apertar-se, Para salvar-se Também me aperta Nos braços seus. O leve corpo Ao ar levanto; Ah! e com quanto Impulso o trago Do ar ao chão! Pôde suster-se A vez primeira; Mas à terceira Nos pés, que alarga, Se firma em vão. Mal o derrubo, Ferro aguçado No já cansado Peito, que arqueja, Mil golpes deu. Suou seu rosto; Tremeu gemendo; E a cor perdendo, Bateu as asas; Enfim morreu.
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abstract
| - "Morre, tirano; Morre, inimigo." Mal isto digo, Raivoso o aperto Nos braços meus. Tanto que o moço Sente apertar-se, Para salvar-se Também me aperta Nos braços seus. O leve corpo Ao ar levanto; Ah! e com quanto Impulso o trago Do ar ao chão! Pôde suster-se A vez primeira; Mas à terceira Nos pés, que alarga, Se firma em vão. Mal o derrubo, Ferro aguçado No já cansado Peito, que arqueja, Mil golpes deu. Suou seu rosto; Tremeu gemendo; E a cor perdendo, Bateu as asas; Enfim morreu. Qual bravo Alcides, Que a hirsuta pele Vestiu daquele Grenhoso bruto, A quem matou; Para que prove A empresa honrada, Co'a mão manchada Recolho as setas, Que me deixou. Ouviu Marília Que Amor gritava; E como estava Vizinha ao sítio Valer-lhe vem. Mas quando chega Espavorida, Nem já de vida O fero monstro Indício tem. Então, Marília, Que o vê de perto De pó coberto, E todo envolto No sangue seu, As mãos aperta No peito brando, E aflita dando Um ai, os olhos Levanta ao Céu. Chega-se a ele Compadecida; Lava a ferida C'o prato amargo, Que derramou. Então o monstro Dando um suspiro, Fazendo um giro Co'a baça vista, Ressuscitou. Respira a Deusa; E vem o gosto Fazer no rosto O mesmo efeito, Que fez a dor. Que louca idéia Foi, a que tive! Enquanto vive Marília bela, Não morre Amor.
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