abstract
| - Transplantes de órgãos e de tecidos celulares sem transfusão de sangue são um assunto de consciência de cada Testemunha de Jeová. Quem não desejar ser doador presumido, deverá fazer constar a sua vontade no Registo Nacional de Não-dadores. Os menores de idade não são considerados dadores presumidos, isto é, é necessário a autorização de ambos pais ou seu representante legal. Podem ser transplantados órgãos (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado, ...), tecidos (osso, pele, córnea, medula óssea, ...) e de células vivas de uma pessoa doente - o recetor - por outro órgão ou tecido normal de um doador. O dador pode ser uma pessoa viva, ou um dador em morte encefálica, segundo um rigoroso critério médico-legal. (Manual de Merck de Informação Médica, 2008, pág. 1286-94; Estudo Perspicaz das Escrituras, vol. 3, pág. x ) É uma intervenção cirúrgica de grande complexidade e que comporta a possibilidade de riscos imunológicos graves e imediatos. É considerada somente quando constitui a única possibilidade de uma vida normal ou de sobrevivência no caso de pacientes cujos órgãos vitais funcionem mal de forma irreversível. Compreende a possibilidade de riscos imunológicos graves e imediatos - devendo os órgãos e tecidos serem o mais histocompatíveis possível. Para prevenir ou controlar a reação imunológica são usados medicamentos imunosupressores. É ainda usado a radioimunoterapia dirigida ao transplante e aos tecidos circundantes ou dirigida aos gânglios linfáticos. A partir de 1980, os anciãos congregacionais não devem tomar ação judicativa contra quem aceite um transplante de órgãos. Esclarecem que "não parece às Testemunhas que a Bíblia faça comentários diretos sobre transplantes de órgãos, por conseguinte, as decisões quanto a transplantes de córnea, de rins, ou de outros tecidos, precisam ser feitas pelas Testemunhas individualmente." (A Sentinela de 1/9/1980 pág. 31; Como Pode o Sangue Salvar a Sua Vida?, 1990, pág. 28) É permitido o transplante da medula óssea [ transplante de células-mãe hematopoiéticas ] sem transfusões de componentes do sangue. (A Sentinela de 15/11/1984 pág. 31-2) No transplante, são usadas normalmente 5 a 20 transfusões de concentrado de eritrócitos para controlar a anemia, e por vezes, de concentrado de plaquetas para a trombocitopenia. Baseado nas referências bíblicas sobre a medula óssea, vulgo "tutano" dos ossos, pode ser usada como alimento. (Estudo Perspicaz das Escrituras, vol. 3 pág. 749) Antes de 1967, a doação de órgãos era uma questão de consciência. Afirmaram que "não parece haver nenhum princípio ou Lei bíblica envolvida. É algo que cada pessoa deve decidir por si mesma." (A Sentinela de 1/8/1961 pág. 480, em inglês; de 1/2/1962 pág. 96, em português) Entre 1967 e 1980, eram considerados como puro canibalismo. A transgressão era passível de ação judicativa. As referências aos transplantes nas suas publicações foram sempre negativas, durante este período. Eram extremamente desaconselhados. (A Sentinela de 15/11/1967 pág. 702 em inglês) Entendiam que os pacientes que "submetem a tais operações vivem às custas da carne de outro humano. Isso é canibalesco". (A Sentinela de 1/6/1968 pág. 349-50, em português) Asseguram que as Testemunhas "se opõem em sã consciência a todos os transplantes como sendo mutilação desnecessária de seus corpos ... e puro canibalismo." (Despertai! de 8/12/1968 pág. 30) Explicam que as palavras do apóstolo Paulo em Gálatas 4:15 não têm aplicação nos transplantes de órgãos humanos. ("Onde está então essa felicidade que tivestes? Pois eu vos dou testemunho de que, se tivesse sido possível, teríeis até arrancado os vossos olhos e mos teríeis dado.")
|