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| - Em vão se viram Perlas mimosas, Jasmins, e rosas No rosto teu. Em vão terias Essas estrelas, E as tranças belas, Que o Céu te deu; Se em doce versos Não as cantasse O bom Dirceu. O voraz tempo Ligeiro corre: Com ele morre A perfeição. Essa, que o Egito Sábia modera, De Marco impera No coração; Mas já Otávio Não sente a força Do seu grilhão. Ah! vem, ó Bela, E o teu querido, Ao Deus Cupido Louvores dar; Pois faz que todos Com igual sorte Do tempo, e morte Possam zombar: Tu por formosa, E ele, Marília, Por te cantar.
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abstract
| - Em vão se viram Perlas mimosas, Jasmins, e rosas No rosto teu. Em vão terias Essas estrelas, E as tranças belas, Que o Céu te deu; Se em doce versos Não as cantasse O bom Dirceu. O voraz tempo Ligeiro corre: Com ele morre A perfeição. Essa, que o Egito Sábia modera, De Marco impera No coração; Mas já Otávio Não sente a força Do seu grilhão. Ah! vem, ó Bela, E o teu querido, Ao Deus Cupido Louvores dar; Pois faz que todos Com igual sorte Do tempo, e morte Possam zombar: Tu por formosa, E ele, Marília, Por te cantar. Mas ai! Marília, Que de um amante, Por mais que cante, Glória não vem! Amor se pinta Menino, e cego: No doce emprego Do caro bem Não vê defeitos, E aumenta quantas Belezas tem. Nenhum dos Vates, Em teu conceito, Nutriu no peito Néscia paixão? Todas aquelas, Que vês cantadas, Foram dotadas De perfeição? Foram queridas; Porém formosas Talvez que não. Porém que importa Não valha nada Seres cantada Do teu Dirceu? Tu tens, Marília, Cantor celeste; O meu Glauceste A voz ergueu; Irá teu nome Aos fins da terra, E ao mesmo Céu. Quando nas asas Do leve vento Ao firmamento Teu nome for: Mostrando Jove Graça extremosa, Mudando a Esposa De inveja a cor; De todos há de, Voltando o rosto, Sorrir-se Amor. Ah! não se manche Teu brando peito Do vil defeito Da ingratidão: Os versos beija, Gentil Pastora, A pena adora, Respeita a mão, A mão discreta, Que te segura A duração.
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