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  • O que mais dói na vida
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  • O que mais dói na vida não é ver-se Mal pago um benefício, Nem ouvir dura voz dos que nos devem Agradecidos votos, Nem ter as mãos mordidas pelo ingrato, Que as devera beijar! Não! o que mais dói não é do mundo A sangrenta calúnia, Nem ver como s'infama a ação mais nobre, Os motivos mais justos, Nem como se deslustra o melhor feito, A mais alta façanha! Não! o que mais dói não é sentir-se As mãos dum ente amado Nos espasmos da morte resfriadas, E os olhos que se turvam, E os membros que entorpecem pouco e pouco, E o rosto que descora!
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  • O que mais dói na vida
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Autor
  • Gonçalves Dias
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  • O que mais dói na vida não é ver-se Mal pago um benefício, Nem ouvir dura voz dos que nos devem Agradecidos votos, Nem ter as mãos mordidas pelo ingrato, Que as devera beijar! Não! o que mais dói não é do mundo A sangrenta calúnia, Nem ver como s'infama a ação mais nobre, Os motivos mais justos, Nem como se deslustra o melhor feito, A mais alta façanha! Não! o que mais dói não é sentir-se As mãos dum ente amado Nos espasmos da morte resfriadas, E os olhos que se turvam, E os membros que entorpecem pouco e pouco, E o rosto que descora! Não! não é ouvir daqueles lábios, Doces, tristes, compassivas, Sobre o funéreo leito soluçadas As palavras amigas, Que tanto custa ouvir, que lembram tanto, Que não s'esquecem nunca! Não! não são as queixas amargadas No triunfar da morte; Que, se se apaga a luz da vida escassa, Mais viva a luz rutila; Luz da fé que não morre, luz que espanca As trevas do sepulcro. O que dói, mas de dor que não tem cura, O que aflige, o que mata, Mas de aflição cruel, de morte amara, É morrermos em vida No peito da mulher que idolatramos, No coração do amigo! Amizade e amor! — laço de flores, Que prende um breve instante O ligeiro batel à curva margem De terra hospitaleira; Com tanto amor se enastra, e tão depressa, E tão fácil se rompe! À mais ligeira ondulação dos mares, Ao mais ligeiro sopro Da viração — destrançam-se as grinaldas; O baixel se afasta, Veleja, foge, até que em plaga estranha Naufragado soçobre! Talvez permite Deus que tão depressa Estes laços se rompam, Por que nos pese o mundo, e os seus enganos Mais sem custo deixemos: Sem custo assim a brisa arrasta a planta, Que jaz solta na terra!
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