abstract
| - right|thumb|200px|Orunmilá right|thumb|200px|outra interpretação de Orunmilá Orunmilá (do iorubá Ọrúnmìlà) é na tradição de Ilê-Ifé o primeiro companheiro e “Chefe Conselheiro” de Odùduà quando de sua chegada a Ilê-Ifé. Outras fontes dizem que ele estava instalado em um lugar chamado Òkè Igèti antes de vir fixar-se em Òkè Itaşe, uma colina em Ifé onde mora Àràbà, a maior autoridade em matéria de adivinhação pelo sistema chamado Ifá. Orunmilá é também chamado Àgbónmìrégún ou Èlà. É o testemunho do destino das pessoas e, por esta razão, é chamado Eléèrì Ìpín. Orunmilá participa nos mitos da vida e das aventuras dos orixás e conta-se que teve relações amorosas com um certo número de divindades, como Iemanjá; Ajé, a riqueza, filha de Olókun; e Oxum. Teve ainda muitas outras mulheres, entre as quais Oşúmiléyò e Apètèbì, que é o titulo usado pela mulher do babalaô, encarregada de cuidar dos objetos de que ele se serve para fazer a adivinhação. Há ainda sua mulher Odù, cujo símbolo é Igbàdú, a cabaça de Odù. Apesar de suas altas posições, Orunmilá e Olodumaré, o deus supremo, consultam Ifá em certas cerimônias, para saberem o que lhes reserva o destino. Os babalaôs, “pais do segredo”, são os porta-vozes de Orunmilá, que não é orixá nem ẹbọra.A iniciação de um babalaô não comporta a perda momentânea de consciência que acompanha a dos Orixás. Não se trata de ressuscitar no inconsciente do babalaô o “eu perdido”, correspondente à personalidade do ancestral divinizado. É uma iniciação totalmente intelectual. Ele deve passar por um longo período de aprendizagem de conhecimentos precisos em que a memória, principalmente, entra em jogo. Precisa aprender uma quantidade enorme de histórias e de lendas antigas, classificadas nos 256 odù ou signos de Ifá, cujo conjunto forma uma espécie de enciclopédia oral dos conhecimentos tradicionais do povo de língua iorubá. Todo indivíduo nasceu ligado a um desses 256 odù. No momento do nascimento de uma criança, os pais pedem ao babalaô para indicar a que odù a criança está ligada. O odù dá a conhecer a identidade profunda de cada pessoa, serve-lhe de guia na vida, revela-lhe o orixá particular, ao qual ela deve eventualmente ser dedicada, além do da família, e dá-lhe outras indicações que a ajudarão a comportar-se com segurança e sucesso na vida. Orunmilá também é consultado em caso de dúvida, quando as pessoas tem uma decisão importante a tomar a respeito de uma viagem, de um casamento, de uma compra ou venda,ou ainda por aquelas que procuram determinar a causa de uma doença. Dois sistemas permitem ao babalaô encontrar o signo de Ifá que está sendo procurado, chave do problema que lhe apresenta o consulente. Um deles é bastante elaborado, manipula-se de acordo com certas regras, 16 caroços dos frutos do dendezeiro, os ikin Ifá; o outro é mais simples e consiste em utilizar um ọpẹlẹ Ifá, uma corrente onde estão enfiadas oito metades de caroço de certa fruta. Uma vez determinado o odù por meio desses processos, a resposta a ser dada ao consulente é encontrada pelo babalaô interpretando o contexto das histórias tradicionais correspondentes.
|