abstract
| - Partamona peckolti (Friese, 1901) (Figs. 39, 130, operária; 73, 74, 103, macho; 162, distribuição; Tabs. II-IX) Trigona peckolti Friese, 1901:265.2, 266. ?Trigona rhumbleri Friese, 1900:389.38 (partim, Colômbia). Trigona cupira; Cockerell, 1920: 464 (partim, Panamá); 1928:171; Rau, 1933i:17-29; Michener, 1954:170; Roubik, 1982:358; Roubik & Wheeler, 1982:127, 134; Nates-Parra, 1983:155. Trigona mulata; Roubik, 1983:352. Trigona cupira peckolti; Marianno, 1911:90.13-A (cit. partim). Trigona aff. cupira; Roubik, 1990:663; 1992:500, 511, 512, 523; Sakagami, et al., 1993:262. Trigona testacea cupira; Schwarz, 1932b:552; 1934:18; 1939b:89, 90; Michener, 1946:190. Trigona (Partamona) cupira; Roubik & Wheeler, 1982:131. Trigona (Partamona) gr. cupira; Nates-Parra, 1983:155, 156; Nates-Parra & Cepeda, 1983:69, 71, 72, 74. Trigona (Partamona) aff. cupira; Roubik, 1983:327, 329, 330, 331, 335, 339, 342, 345, 346, 348, 349, 350, 353. Trigona (Partamona) peckolti; Nates-Parra, 1983:157. Trigona (Partamona) testacea peckolti; Schwarz, 1948:437. Trigona (Partamona) testacea cupira; Schwarz, 1948:19, 39, 102. Trigona (Partamona) grupo cupira; Parra, 1988-1990:80-83, 88-90, 94, 97, 101, 108. ?Trigona (Partamona) sp.; Nates-Parra, 1983:155, 157. Melipona pallida subsp. ? peckolti; Ducke, 1916:121.41.c; 1925:412.42b (partim). Partamona peckolti; Michener, 1990:115; Camargo, 1992:81; Coloma, 1986:27, 31, 73, 107, 126, 132, 136, 137, 140. Partamona peckolti peckolti; Roubik, 1992:500, 511, 512, 523. Partamona near cupira; ?Michener, 1990:95, 100, 102, 105, 111, 115, 146; ?Michener & Roubik, 1993:256, 257; Roubik, 1993a:665. Partamona n. sp. near "cupira"; Roubik, 1993b:549. Partamona sp. (grupo cupira); Coloma, 1986:107, 132, 136, 137. Partamona gr. cupira; Cepeda, 1996:7. Partamona aff. cupira; Roubik, et al., 1995:199, 206. Partamona (Partamona) sp. gr. cupira; Villa & Vergara, 1982:149, 153, 154, 156, 158. Partamona (Partamona) peckolti peckolti; Camargo, 1980:9, 23, 57-64, 74, 75, 77, 143, 162, 163, 164, 173-175. Partamona (Partamona) sp.; Villa & Vergara, 1982:149, 156, 158. Diagnose. Abelhas de porte médio a pequeno (l.m.c. 2,3-2,5 mm, c.a.a. 5,5-6,3 mm; Tabs. III, IV). Integumento preto, mesclado com castanho claro, ou todo amarelo; sutura epistomal, basitarso e tíbia III (por inteiro, ou a metade apical nos indivíduos amarelos), enegrecidos. Mandíbula com 1/3-1/2 basal amarelado e a porção distal castanho-ferrugínea, ápice ferrugíneo-escuro, côndilos ferrugíneos até pretos. Flagelo castanho escuro ou claro. Estrias paroculares estreitas (0,6-0,8x o diâmetro do 2o flagelômero), um pouco alargadas embaixo (ca. 1,0-1,2x o diâmetro do 2o flagelômero), ou aproximadamente com a mesma largura em toda a extensão (1,0-1,2x), chegando até a interorbital superior (Fig. 130). Pilosidade preta; cerdas eretas dos mesepisternos, coxas e trocanteres, enegrecidas ou esbranquiçadas. Membrana das asas levemente ferrugínea; microtríquias pretas em toda asa ou amareladas apenas no pterostigma e áreas adjacentes; veias méleas, escurecidas pelas microtríquias fuscas. Cerdas da base do escapo muito mais longas que o diâmetro deste (1,7-2,2x, Tab. VII). Cerdas eretas das áreas paroculares, ao lado dos alvéolos, muito longas e robustas, mais longas que o diâmetro do escapo, bem destacadas em relação à pilosidade decumbente. Cerdas do escutelo 0,8-1,0x o comprimento deste. Dentes da mandíbula espaçados como na figura 39. Área malar, distância interocelar, distância ocelorbital, tíbia III, comprimento da asa anterior, normais (Tabs. V, VI, VIII, IX). Bifurcação da M+Cu geralmente coincidente com a cu-v (raramente levemente anterior). Macho, basitarso III alongado, um pouco intumescido; tíbia III alargada em direção ao ápice (Figs. 73, 74); EVII com a projeção mediana curta, de lados aproximadamente subparalelos, chanfros laterais profundos e estreitos (Fig. 103). Variação. Alguns indivíduos de Manabí, Cotopaxi e Esmeraldas (Equador), apresentam asas mais claras (membrana amarelada na metade basal da asa, veias uniformemente méleo-claras, inclusive C e R, e as microtríquias na metade basal da asa amarelo-ferrugíneas), máculas da face amarelo-vivas; estrias paroculares um pouco alargadas (embaixo ca. 2x o diâmetro do 2o flagelômero, acima pouco mais que 1 diâmetro), flagelo castanho-amarelado, pêlos ventrais do tórax e abdômen amarelados. No material de Paratebueno, Cundinamarca (Colômbia), a cor das máculas também é amarelo-viva e o flagelo castanho-amarelado, porém as estrias paroculares são mais estreitas, as asas apenas com microtríquias fuscas, C e R escurecidas e pterostigma mais claro, como nas demais P. peckolti. Nestes exemplares, as cerdas da base do escapo são mais curtas (1,1-1,3x o diâmetro do escapo) que nas P. peckolti em geral, e podem constituir uma espécie distinta. Quanto à cor geral do integumento, no Panamá e Venezuela predominam indivíduos pretos, mas foram examinados alguns exemplares de Coclé, San Blás, Colón (Panamá), e da parte oeste da Venezuela, acompanhando a Cordilheira de Mérida (Trujillo, Caracas, Mérida, Lara e Táchira), com integumento mesclado ou castanho escuro. Nas encostas ocidentais dos Andes, principalmente no Equador, predominam populações com integumento claro, embora também apareçam exemplares enegrecidos. Em um ninho estudado por um de nós (J.M.F. Camargo), em Sta. Rosa, Pichincha, 2450 m., foram observados apenas exemplares pretos. Em amostras de ninhos coletados em Fredônia, Antióquia, Colômbia, aparecem desde indivíduos mesclados até pretos (ninhos no. 083 e 130), ou só pretos (no. 93, 95, 132). Em ninhos coletados em Bolívar, Antióquia (nos. 74-A e 74-B) a maioria dos indivíduos são pretos, mas alguns apresentam áreas mais claras na fronte e mesepisternos. Já na amostra do ninho 013, coletado em Venecia, Antióquia, predominam exemplares mesclados (apenas 1 enegrecido). Macho. Figuras 73, 74, 103. Material-tipo. Fazem parte da série tipo, seis operárias da Colômbia, Popayan, e uma do Equador, no ZMHB e AMNH. Duas operárias de Popayan (ZMHB e MZSP) e uma do Equador (AMNH), provavelmente síntipos, foram examinadas, conforme consta na lista abaixo. Distribuição geográfica e hábitat: Matas tropicais, matas de altitude e áreas antrópicas na costa do Pacífico, no Equador e Colômbia, Panamá central, entrando pelos vales andinos da Colômbia e chegando até o noroeste da Venezuela. Conforme indicam as etiquetas de procedência chegam até altitudes de 2.000 m nos Andes (Fig. 162). Nidificação. Buracos em parede (NATES-PARRA, in litt.), sob massas de raízes, em grandes agregações em buracos de paredes e ruínas (VILLA & VERGARA, 1982; COLOMA, 1986; ROUBIK, 1992 e CAMARGO, obs. pessoal; NATES-PARRA & CEPEDA, 1983, indicam associação com térmitas!). No material proveniente de "Arbelaez, Cundinamarca, 21-VIII-1976, Guiomar leg", há uma etiqueta com as seguintes notas: "Z-"Perreras" o "Comejón", VIII-21/76 - Arbelaez (Cund.) Também las hemos encontrado em La Palma (Cundinamarca). Nido en pared (adobe o ladrillo). Se encuentras hasta 18 entradas juntas. Entrada en forma de trompeta: hecha con mezcla de cera, tierra y resina. Bastante agresivas: Se enredam en el pelo: cabello y muerdem Col. A. Villa - G. Nates". Discussão. CAMARGO (1980), através da análise de caracteres morfométricos, considerou P. musarum como subespécie de P. peckolti. Entretanto, alguns caracteres importantes não foram considerados, como os dentes da mandíbula, que colocam P. musarum em um grupo distinto de P. peckolti. Também o comprimento das cerdas do escapo, que é um caráter importante na distinção dessas espécies, foi percebido somente mais tarde, já no final do seu trabalho (CAMARGO, 1980: 64). Além disso, essas duas espécies se sobrepõem amplamente (na sua revisão de 1980, CAMARGO não havia incluído as espécies com integumento preto na análise). As cerdas muito longas na base do escapo e nas áreas paroculares, ao lado dos alvéolos (em alguns exemplares chegam a 2x o diâmetro do escapo), além da forma dos dentes da mandíbula (Figs. 39 e 66), separam facilmente P. peckolti de P. musarum. P. peckolti é geralmente mais escura, com integumento castanho-claro, mesclado ou até completamente enegrecido; raramente são amareladas por inteiro como P. musarum, mas, nesses casos, o comprimento das cerdas do escapo e áreas paroculares são suficientes para distingüí-las. Das espécies do grupo bilineata / epiphytophila, distingue-se principalmente pela distribuição geográfica (lado ocidental dos Andes e Venezuela, Fig. 162), pelo espaço menor entre os dentes da mandíbula (Fig. 39) e pelas cerdas extremamente longas na base do escapo. Os machos apresentam o basitarso um pouco intumescido, como em P. orizabaensis, da qual difere (operárias) pelas asas mais claras, geralmente com microtríquias amarelas na região do pterostigma e veias mais claras. Um estudo infra-específico detalhado, incluindo dados sobre a biologia, material de ninhos e análise de gradientes altitudinais, pode auxiliar a entender os padrões de politipia em P. peckolti, ou até mesmo, revelar novas espécies.
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