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| - Uma das vedetes dos argumentos criacionistas, por algum motivo eles citam fraudes que ocorreram décadas atrás como se elas invalidassem todos os fósseis que já foram encontrados até hoje. É claro que não, fraudes ocorrem em qualquer área de conhecimento. Mas foi o método científico que permitiu descobrir que se tratava de uma montagem de um crânio humano com o maxilar de um chimpanzé. Só isso seria suficiente para derrubar o pobre argumento de Piltdown, mas há mais coisas a serem ditas. Piltdown, antes de ser desmascarado pela ciência como fraude, não era aceito com unanimidade pela comunidade científica. Na verdade, ele foi uma pedra no sapato, pois ele não se encaixava na teoria evolucionária. É claro, era um híbrido inventado com partes de ossos modernos. Ele foi aceito por muitos apenas por ser um achado fabuloso para a época, o que é uma fraqueza humana, a qual todos nós estamos sujeitos. A fraude durou por quarenta anos, gerando muita polêmica, pois seus grandes descobridores, Charles Dawson e Arthur Smith Woodward, proibiram o acesso a análises científicas, deixando o crânio fora do alcance de todos, dentro do Museu Britânico. Somente quando eles morreram, Piltdown foi desmascarado como a fraude que era. Vale ressaltar, desmascarado por cientistas, graças ao método científico. Descobrir um erro não invalida o método científico, muito pelo contrário, ele apenas o fortalece. Assim sabemos que podemos confiar na ciência, pois ela se corrige, se aprimora, e se fiscaliza. Interessante notar, após Piltdown ser descoberto como forjado, nenhum cientista jamais o citou como verdadeiro. No entanto, muitos criacionistas continuamente citam fraudes, não importando quantas vezes elas já foram desmascaradas, como as pegadas de humanos e dinossauros em Paluxy, esqueletos de gigantes, descoberta da Arca de Noé, Darwin se arrepender no leito de morte (essa alegação fantasiosa foi feita até sobre seu avô, Erasmus Darwin), citações de cientistas fora de contexto, etc.
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