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| - Tu dizes que eu sempre minto, Que protesto o que não sinto, Que todo o poeta é vário, Que é borboleta inconstante; Mas agora, neste instante, Eu vou provar-te o contrário. Vem cá, sentada a meu lado Com esse rosto adorado Brilhante de sentimento, Ao colo o braço cingido, Olhar no meu embebido, Escuta o meu juramento. Espera: - inclina essa fronte... Assim!... - Pareces no monte Alvo lírio debruçado! - Agora, se em mim te fias, Fica séria, não te rias, O juramento é sagrado. Rio - 1857.
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abstract
| - Tu dizes que eu sempre minto, Que protesto o que não sinto, Que todo o poeta é vário, Que é borboleta inconstante; Mas agora, neste instante, Eu vou provar-te o contrário. Vem cá, sentada a meu lado Com esse rosto adorado Brilhante de sentimento, Ao colo o braço cingido, Olhar no meu embebido, Escuta o meu juramento. Espera: - inclina essa fronte... Assim!... - Pareces no monte Alvo lírio debruçado! - Agora, se em mim te fias, Fica séria, não te rias, O juramento é sagrado. "- Eu juro sobre estas tranças, "E pelas chamas que lanças "Desses teus olhos divinos; "Eu juro, minha inocente, "Embalar-te docemente "Ao som dos mais ternos hinos! "Pelas ondas, pelas flores, "Que se estremecem de amores "Da brisa ao sopro lascivo; "Eu juro, por minha vida, "Deitar-me a teus pés, querida, "Humilde como um cativo! "Pelos lírios, pelas rosas, "Pelas estrelas formosas, "Pelo sol que brilha agora, "- Eu juro dar-te, Maria, "Quarenta beijos por dia "E dez abraços por hora!" O juramento está feito, Foi dito co'a mão no peito Apontando ao coração; E agora - por vida minha, Tu verás oh! moreninha, Tu verás se o cumpro ou não!... Rio - 1857.
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