About: dbkwik:resource/V3hStN3qopZiQLQtKZiAOQ==   Sponge Permalink

An Entity of Type : owl:Thing, within Data Space : 134.155.108.49:8890 associated with source dataset(s)

AttributesValues
rdfs:label
  • O Mar (Gonçalves Dias)
rdfs:comment
  • Oceano terrível, mar imenso De vagas procelosas que se enrolam Floridas rebentando em branca espuma Num pólo e noutro pólo, Enfim... enfim te vejo; enfim meus olhos Na indômita cerviz trêmulos cravo, E esse rugido teu sanhudo e forte Enfim medroso escuto! Donde houveste, ó pélago revolto, Esse rugido teu? Em vão dos ventos Corre o insano pegão lascando os troncos,
dcterms:subject
dbkwik:resource/RQXmPcyd2wFf2CmVCz207g==
  • O Mar
dbkwik:pt.poesia/p...iPageUsesTemplate
notas
  • Publicado no livro Primeiros Cantos .
Autor
  • Gonçalves Dias
abstract
  • Oceano terrível, mar imenso De vagas procelosas que se enrolam Floridas rebentando em branca espuma Num pólo e noutro pólo, Enfim... enfim te vejo; enfim meus olhos Na indômita cerviz trêmulos cravo, E esse rugido teu sanhudo e forte Enfim medroso escuto! Donde houveste, ó pélago revolto, Esse rugido teu? Em vão dos ventos Corre o insano pegão lascando os troncos, E do profundo abismo Chamando à superficie infindas vagas, Que avaro encerras no teu seio undoso; Ao insano rugir dos ventos bravos Sobressai teu rugido. Em vão troveja horríssona tormenta; Essa voz do trovão, que os céus abala, Não cobre a tua voz. — Ah! donde a houveste, Majestoso oceano? Ó mar, o teu rugido é um eco incerto Da criadora voz, de que surgiste: Seja, disse; e tu foste, e contra as rochas As vagas compeliste. E à noite, quando o céu é puro e limpo, Teu chão tinges de azul, — tuas ondas correm Por sobre estrelas mil; turvam-se os olhos Entre dois céus brilhantes. Da voz de Jeová um eco incerto Julgo ser teu rugir; mas só, perene, Imagem do infinito, retratando As feituras de Deus. Por isto, a sós contigo, a mente livre Se eleva, aos céus remonta ardente, altiva, E deste lodo terreal se apura, Bem como o bronze ao fogo. Férvida a Musa, co'os teus sons casada, Glorifica o Senhor de sobre os astros Co'a fronte além dos céus, além das nuvens, E co'os pés sobre ti. O que há mais forte do que tu? Se erriças A coma perigosa, a nau possante, Extremo de artificio, em breve tempo Se afunda e se aniquila. És poderoso sem rival na terra; Mas lá te vás quebrar num grão d'areia, Tão forte contra os homens, tão sem força Contra coisa tão fraca! Mas nesse instante que me está marcado, Em que hei de esta prisão fugir p'ra sempre, Irei tão alto, ó mar, que lá não chegue Teu sonoro rugido. Então mais forte do que tu, minha alma, Desconhecendo o temor, o espaço, o tempo, Quebrará num relance o círc'lo estreito Do finito e dos céus! Então, entre miríadas de estrelas, Cantando hinos d'amor nas harpas d'anjos, Mais forte soará que as tuas vagas, Mordendo a fulva areia; Inda mais doce que o singelo canto De merencória virgem, quando a noite Ocupa a terra, — e do que a mansa brisa, Que entre flores suspira.
Alternative Linked Data Views: ODE     Raw Data in: CXML | CSV | RDF ( N-Triples N3/Turtle JSON XML ) | OData ( Atom JSON ) | Microdata ( JSON HTML) | JSON-LD    About   
This material is Open Knowledge   W3C Semantic Web Technology [RDF Data] Valid XHTML + RDFa
OpenLink Virtuoso version 07.20.3217, on Linux (x86_64-pc-linux-gnu), Standard Edition
Data on this page belongs to its respective rights holders.
Virtuoso Faceted Browser Copyright © 2009-2012 OpenLink Software