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| - "Quero, pajens, selado o ginete, Quero em punho nebris e falcão, Qu'é promessa de grande caçada Fresca aurora d'amigo verão. "Quero tudo luzindo, brilhante — Curta espada e venáb'lo e punhal, Cães e galgos farejem diante Leve odor de sanhudo animal. "E ai do gamo que eu vir na coutada, Corça, onagro, que eu primo avistar! Que o venáb'lo nos ares voando Lhe há de o salto no meio quebrar. "Eia, avante! — dizia folgando O fidalgo mancebo, loução: — Eía, avante! — e já todos galopam Trás do moço, soberbo infanção.
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abstract
| - "Quero, pajens, selado o ginete, Quero em punho nebris e falcão, Qu'é promessa de grande caçada Fresca aurora d'amigo verão. "Quero tudo luzindo, brilhante — Curta espada e venáb'lo e punhal, Cães e galgos farejem diante Leve odor de sanhudo animal. "E ai do gamo que eu vir na coutada, Corça, onagro, que eu primo avistar! Que o venáb'lo nos ares voando Lhe há de o salto no meio quebrar. "Eia, avante! — dizia folgando O fidalgo mancebo, loução: — Eía, avante! — e já todos galopam Trás do moço, soberbo infanção. E partem, qual do arco arranca e voa Nos amplos ares, mais veloz que a vista, A plúmea seta da entesada corda. Longe o eco reboa; — já mais fraco, Mais fraco ainda, pelos ares voa. Dos cães dúbios o latir se escuta apenas, Dos ginetes tropel, rinchar distante Que em lufadas o vento traz por vezes. Já som nenhum se escuta... Quê! — latido De cães, incerto, ao longe? Não, foi vento Na torre castelã batendo acaso, Nas seteiras acaso sibilando Do castelo feudal, deserto agora.
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