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| - Eu posso romper os montes, Dar às correntes espaçosos Nos caudosos Turvos rios. Posso emendar a ventura Ganhando astuto a riqueza; Mas, ah! caro Alceu, quem pode Ganhar uma só beleza Das belezas, que Marília No seu tesouro meteu? Bens, que valem sobre a terra, E que têm valor no Céu.
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abstract
| - Eu posso romper os montes, Dar às correntes espaçosos Nos caudosos Turvos rios. Posso emendar a ventura Ganhando astuto a riqueza; Mas, ah! caro Alceu, quem pode Ganhar uma só beleza Das belezas, que Marília No seu tesouro meteu? Bens, que valem sobre a terra, E que têm valor no Céu. Da sorte que vive o rico Entre o fausto alegremente, Vive o guardador do gado Apoucado, Mas contente. Beije pois torpe avarento As arcas de barras cheias: Eu não beijo os vis tesouros, Beijo as douradas cadeias, Beijo as setas, beijo as armas Com que o cego Amor venceu: Bens, que valem sobre a terra, E que têm valor no Céu. Ama Apolo, e o fero Marte; Ama, Alceu, o mesmo Jove: Não é, não, a vã riqueza, Sim beleza, Quem os move. Posto ao lado de Marília Mais que mortal me contemplo: Deixo os bens, que aos homens cegam, Sigo dos Deuses o exemplo: Amo virtudes, e dotes; Amo enfim, prezado Alceu, Bens, que valem sobre a terra, E que têm valor no Céu.
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