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| - Quando em meu mal pondero, Então mais vivamente te diviso: Vejo o teu rosto, e escuto A tua voz, e riso. Movo ligeiro para o vulto os passos; Eu beijo a tíbia luz em vez de face; E aperto sobre o peito em vão os braços Conheço a ilusão minha; A violência da mágoa não suporto; Foge-me a vista, e caio, Não sei se vivo, ou morto. Enternece-se Amor de estrago tanto; Reclina-me no peito, e com mão terna Me limpa os olhos do salgado pranto.
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| - Quando em meu mal pondero, Então mais vivamente te diviso: Vejo o teu rosto, e escuto A tua voz, e riso. Movo ligeiro para o vulto os passos; Eu beijo a tíbia luz em vez de face; E aperto sobre o peito em vão os braços Conheço a ilusão minha; A violência da mágoa não suporto; Foge-me a vista, e caio, Não sei se vivo, ou morto. Enternece-se Amor de estrago tanto; Reclina-me no peito, e com mão terna Me limpa os olhos do salgado pranto. Depois que represento Por lago espaço a imagem de um defunto, Movo os membros, suspiro, E onde estou pergunto. Conheço então que amor me tem consigo; Ergo a cabeça, que inda mal sustento, E com doente voz assim lhe digo: Se queres ser piedoso, Procura o sítio em que Marília mora, Pinta-lhe o meu estrago, E vê, Amor, se chora. Se lágrimas verter, se a dor a arrasta, Uma delas me traze sobre as penas, E para alívio meu só isto basta.
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