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| - Os sonhos, que rodeiam a tarimba, Mil coisas vão pintar na minha idéia; Não pintam cadafalsos, não, não pintam Nenhuma imagem feia. Pintam que estou bordando um teu vestido; Que um menino com asas, cego, e louro, Me enfia nas agulhas o delgado, O brando fio de ouro. Pintam que entrando vou na grande Igreja; Pintam que as mãos nos damos, e aqui vejo Subir-te à branca face a cor mimosa, A viva cor do pejo. Pintam que nos conduz dourada sege À nossa habitação; que mil Amores Desfolham sobre o leito as moles folhas Das mais cheirosas flores.
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abstract
| - Os sonhos, que rodeiam a tarimba, Mil coisas vão pintar na minha idéia; Não pintam cadafalsos, não, não pintam Nenhuma imagem feia. Pintam que estou bordando um teu vestido; Que um menino com asas, cego, e louro, Me enfia nas agulhas o delgado, O brando fio de ouro. Pintam que entrando vou na grande Igreja; Pintam que as mãos nos damos, e aqui vejo Subir-te à branca face a cor mimosa, A viva cor do pejo. Pintam que nos conduz dourada sege À nossa habitação; que mil Amores Desfolham sobre o leito as moles folhas Das mais cheirosas flores. Pintam que desta terra nos partimos; Que os amigos saudosos, e suspensos Apertam nos inchados, roxos olhos Os já molhados lenços. Pintam que os mares sulco da Bahia; Onde passei a flor da minha idade; Que descubro as palmeiras, e eme dois bairros Partidas a grã Cidade. Pintam leve escaler, e que na prancha O braço já te of'reço reverente; Que te aponta c'o dedo, mal te avista, Amontoada gente. Aqui, alerta, grita o mau soldado; E o outro, alerta estou, lhe diz gritando: Acordo com a bulha, então conheço, Que estava aqui sonhando. Se o meu crime não fosse só de amores, A ver-me delinqüente, réu de morte, Não sonhara, Marília, só contigo, Sonhara de outra sorte.
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