rdfs:comment
| - Ah! não cantes, mais não cantes, Se me queres ser propício; Eu te dou em que me faças Muito maior benefício. Ergue o corpo, os ares rompe, Procura o Porto da Estrela, Sobe à serra, e se cansares, Descansa num tronco dela, Toma de Minas a estrada, Na Igreja nova, que fica Ao direito lado, e segue Sempre firme a Vila Rica. Entra nesta grande terra, Passa uma formosa ponte, Passa a segunda, a terceira Tem um palácio defronte. Ele tem ao pé da porta Uma rasgada janela, É da sala, aonde assiste A minha Marília bela.
|
abstract
| - Ah! não cantes, mais não cantes, Se me queres ser propício; Eu te dou em que me faças Muito maior benefício. Ergue o corpo, os ares rompe, Procura o Porto da Estrela, Sobe à serra, e se cansares, Descansa num tronco dela, Toma de Minas a estrada, Na Igreja nova, que fica Ao direito lado, e segue Sempre firme a Vila Rica. Entra nesta grande terra, Passa uma formosa ponte, Passa a segunda, a terceira Tem um palácio defronte. Ele tem ao pé da porta Uma rasgada janela, É da sala, aonde assiste A minha Marília bela. Para bem a conheceres, Eu te dou os sinais todos Do seu gesto, do seu talhe, Das suas feições, e modos. O seu semblante é redondo, Sobrancelhas arqueadas, Negros e finos cabelos, Carnes de neve formadas. A boca risonha, e breve, Suas faces cor-de-rosa, Numa palavra, a que vires Entre todas mais formosa. Chega então ao seu ouvido, Dize, que sou quem te mando, Que vivo neta masmorra, Mas sem alívio penando.
|