abstract
| - O aparecimento da navegação a vapor, a independência das colônias na América e a formidável concorrência das companhias holandesa e inglesa das Índias Orientais, determinaram, no primeiro quartel do Séc. XIX, o fim do papel de entreposto que os Açores despenhavam desde os idos de 1500. As potências mundiais, emergentes ou antigas, perceberam o posicionamento estratégico dos Açores. Primeiro os ingleses, que procuraram garantir o uso amigável dos portos das ilhas como parte da gestão dos interesses britânicos na Argentina ( a produção de laranja com destino à Inglaterra transformou-se em atividade econômica fundamental, o que ajudou a concretizar os interesses britânicos). Depois, já no Século XX, os Estados Unidos da América, que após a Primeira Guerra Mundial instalaram uma vasta estrutura de apoio aos seus aviões e navios. A presença dessas potências em território açoriano e a crise do colonialismo durante as décadas de 40, 50 e 60, abalaram ideologicamente o domínio português, mas nenhuma tentativa séria de libertação foi feita. Somente com o fim do regime fascista de Salazar e Marcelo Caetano, em 25 de abril de 1974, o primeiro movimento nativista apareceu: autodenominava-se "Frente de Libertação dos Açores" e tinha um programa ultraconservador de oposição ao governo socialista empossado em Portugal pela "Revolução dos Cravos". Em resposta, o governo transformou o arquipélago em uma Região Autônoma da República Portuguesa, cuja estrutura governamental assentou-se em uma Assembléia Legislativa e em um Governo Regional. O quadro político completava-se com o Ministério da República para os Açores, com sede em Angra do Heroísmo, ao qual competiam a representação da soberania portuguesa e a coordenação dos serviços não regionalizados (Justiça, Aduana, Finanças, etc.).
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