Attributes | Values |
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| - Visão (Casimiro de Abreu)
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| - Sorri-me - era o sonho de minh'alma Esse riso infantil que o lábio tinha: - Talvez que essa alma dos amores puros Pudesse um dia conversar co'a minha! Eu olhei, ela olhou... doce mistério! Minh'alma despertou-se à luz da vida, E as vozes duma lira e dum piano Juntas se uniram na canção querida. Depois eu indolente descuidei-me Da planta nova dos gentis amores, E a criança, correndo pela vida, Foi colher nos jardins mais lindas flores. Não voltou; - talvez ela adormecesse Junto à fonte, deitada na verdura, E - sonhando - a criança se recorde Do moço que ela viu e que a procura! Setembro - 1858
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Autor
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| - Sorri-me - era o sonho de minh'alma Esse riso infantil que o lábio tinha: - Talvez que essa alma dos amores puros Pudesse um dia conversar co'a minha! Eu olhei, ela olhou... doce mistério! Minh'alma despertou-se à luz da vida, E as vozes duma lira e dum piano Juntas se uniram na canção querida. Depois eu indolente descuidei-me Da planta nova dos gentis amores, E a criança, correndo pela vida, Foi colher nos jardins mais lindas flores. Não voltou; - talvez ela adormecesse Junto à fonte, deitada na verdura, E - sonhando - a criança se recorde Do moço que ela viu e que a procura! Corri pelas campinas noite e dia Atrás do berço d'ouro dessa fada; Rasguei-me nos espinhos do caminho... Cansei-me a procurar e não vi nada! Agora como um louco eu fito as turbas Sempre a ver se descubro a face linda... - Os outros a sorrir passam cantando, Só eu a suspirar procuro ainda!... Onde foste, visão dos meus amores! Minh'alma sem te ver louca suspira! - Nunca mais unirás, sombra encantada, O som do teu piano à voz da lira?!... Setembro - 1858
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