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| - Enrugaram-se as faces, e perderam Seus olhos a viveza; Voltou-se o seu cabelo em branca neve: Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, Não tem uma beleza Das belezas, que teve. Assim também serei, minha Marília, Daqui a poucos anos; Que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão, e os meus cabelos, Ah! sentirei os danos, Que evita só quem morre. Mas sempre passarei uma velhice Muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada: Descansarei o já vergado corpo Na tua mão piedosa, Na tua mão nevada.
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abstract
| - Enrugaram-se as faces, e perderam Seus olhos a viveza; Voltou-se o seu cabelo em branca neve: Já lhe treme a cabeça, a mão, o queixo, Não tem uma beleza Das belezas, que teve. Assim também serei, minha Marília, Daqui a poucos anos; Que o ímpio tempo para todos corre. Os dentes cairão, e os meus cabelos, Ah! sentirei os danos, Que evita só quem morre. Mas sempre passarei uma velhice Muito menos penosa. Não trarei a muleta carregada: Descansarei o já vergado corpo Na tua mão piedosa, Na tua mão nevada. Nas frias tardes, em que negra nuvem Os chuveiros não lance, Irei contigo ao prado florescente: Aqui me buscarás um sítio ameno; Onde os membros descanse, E o brando sol me aquente. Apenas me sentar, então movendo Os olhos por aquela Vistosa parte, que ficar fronteira; Apontando direi: "Ali falamos, "Ali, ó minha bela, "Te vi a vez primeira." Verterão os meus olhos duas fontes, Nascidas de alegria: Farão teus olhos ternos outro tanto: Então darei, Marília, frios beijos Na mão formosa, e pia, Que me limpar o pranto. Assim irá, Marília, docemente Meu corpo suportando Do tempo desumano a dura guerra. Contente morrerei, por ser Marília Quem sentida chorando Meus braços olhos cerra.
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