About: dbkwik:resource/efK0QMjwbGfbcy4BK-CU3w==   Sponge Permalink

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  • Através do Brasil/XX
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  • Os três companheiros, quando acordaram, viram o casebre inundado de luz. Era em Outubro; e nesse mês o sol aparece mais cedo. Seriam seis horas da manhã, e já fazia dia claro. A porta do rancho ficara aberta, e uma larga toalha de claridade entrava, estendendo-se até o couro. Levantaram-se, e quiseram aproveitar as horas frescas da manhã, viajando. Deitaram um último olhar à pobre casa que os abrigara, e partiram. Tinham andado uns cem metros, quando Juvêncio parou, e voltou-se para os companheiros: - Vamos! - acudiram prontamente Carlos e Alfredo. - Já lhe mostro! De repente, Carlos exclamou:
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  • XX-A Caminho
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  • por Olavo Bilac e Manuel Bonfim
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  • Os três companheiros, quando acordaram, viram o casebre inundado de luz. Era em Outubro; e nesse mês o sol aparece mais cedo. Seriam seis horas da manhã, e já fazia dia claro. A porta do rancho ficara aberta, e uma larga toalha de claridade entrava, estendendo-se até o couro. Levantaram-se, e quiseram aproveitar as horas frescas da manhã, viajando. Deitaram um último olhar à pobre casa que os abrigara, e partiram. Iam animados, quase alegres. A manhã era verdadeiramente bela. O céu limpo e azul, quase sem nuvens, tinha, no lado do oriente, uma cor de rosa, levemente doirada; uma viração agradável sacudia as folhagens; o mato exalava um aroma selvagem. Saíram do capão, e entraram no campo. Aí o olhar estendia-se à vontade, abrangendo um horizonte largo. Nem um floco de neblina velava a paisagem, nem um morro servia de obstáculo à vista: apenas, aqui e ali, algumas touceiras de vegetação baixa. Havia, em tudo, uma grande animação; os passarinhos cortavam o ar. Parecia que os arbustos, as moitas, os tufos de ervas estavam povoados de ninhos. Saíam trinados de toda a parte; quando aqui se calava um pássaro, dois e três começavam a gorjear mais adiante. Todo o espaço estava cheio dessa música festiva, num concerto incessante. Tinham andado uns cem metros, quando Juvêncio parou, e voltou-se para os companheiros: - Tenho uma idéia... Se tomássemos um banho na fonte? Não há nada como um bom banho frio, para restaurar as forças da gente... - Vamos! - acudiram prontamente Carlos e Alfredo. Enveredaram para o lado da fonte. Foi um verdadeiro regalo o banho àquela hora matinal! A água era abundante e limpa, de uma pureza admirável, correndo entre pedras lisas. Como não tinham toalha ou lençol, deixaram que o ar lhes enxugasse os corpos. Enfiaram as roupas, e puseram-se a caminho, sentindo-se bem dispostos e fortalecidos. Daí a pouco estavam na estrada real. Eram dez horas da manhã, quando encontraram uma venda. Era uma casa rústica, com um vasto telheiro ao lado. Os viajantes, que já sentiam fome e cansaço, resolveram parar ali. Carlos lembrou-se de comprar algumas coisas de que tinha necessidade: uma faca, um pedaço de sabão, fósforos, um pouco de carne e farinha. Gastou nisso o resto do dinheiro. Juvêncio despendeu os dois mil réis que possuía, adquirindo uma boa provisão de café e açúcar, e uma caneca. Perto, em frente a uma choupana de sapé, dois homens batiam feijão. - Mas como vai você preparar o café se não tem um coador? - perguntou Alfredo. - Já lhe mostro! Dirigiram-se para o telheiro. Juvêncio arranjou um bom fogo, numa trempe formada por três pedras. Pediu ao vendeiro uma panela, e ferveu dentro dela uma porção de água. Deitou na água algumas colheres de pó e café, e deixou a mistura repousar. O pó depositou-se no fundo da panela, e o café, servido na caneca, foi saboreado, com grandes elogios, pelos viajantes, que já a esse tempo tinham comido a carne e a farinha. De repente, Carlos exclamou: - Que cheiro de enxofre! - É naturalmente, algum formigueiro que estão destruindo, perto, - explicou Juvêncio. Foram ver, e acharam um homem, agachado, junto da abertura do formigueiro, injetando nele com o auxílio de um fole a fumarada do enxofre. Era uma hora da tarde. Continuaram a marcha mas logo adiante tiveram de parar. Chegaram a um braço de rio, não muito largo, mas profundo, atravessado por uma ponte de madeira. A ponte estava tomada por um carro de bois. O carreiro instigava os bois, dando gritos, e metendo-lhes a ponta da aguilhada; mas o carro não podia galgar uma diferença de nível, que havia entre o caminho e o tabuleiro da ponte. Juvêncio ofereceu-se para ajudar o carreiro: tangeram juntos os bois, e safaram o carro. O homem, vendo que Alfredo ia fatigado, propôs-lhe que se acomodasse sobre o carro. O menino, contentíssimo, empoleirou-se sobre a lenha. Fizeram assim uma légua, gastando quase três horas, pela lentidão com que marchavam os bois. Mas conversaram muito com o carreiro, homem expansivo e amável, que, separando-se dos três caminhantes, tudo fez para que eles aceitassem um quarto de requeijão fresco, saborosíssimo. O carro chegou ao seu destino, e os viajantes continuaram a sua marcha através do sertão. Categoria:Literatura brasileira Categoria:Literatura infantil Categoria:Olavo Bilac
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