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| - Se acaso a vaca Perde a vitela, Também nos mostra Que se desvela; O pasto deixa, Muge por ela, Até na estrada A vem buscar. Em poucos dias, Ao que parece, Dela se esquece, E vai pastar. O voraz Tempo, Que o ferro come, Que aos mesmos Reinos Devora o nome; Também Marília, Também consome Dentro do peito Qualquer pesar. Ah! só não pode Ao meu tormento Por um momento Alívio dar. Também, ó Bela, Não há quem viva Instantes breves Na chama ativa; Derrete ao bronze; Sendo excessiva, Ao mesmo seixo Faz estalar. Mas do amianto A febre dura Na chama atura Sem se queimar.
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abstract
| - Se acaso a vaca Perde a vitela, Também nos mostra Que se desvela; O pasto deixa, Muge por ela, Até na estrada A vem buscar. Em poucos dias, Ao que parece, Dela se esquece, E vai pastar. O voraz Tempo, Que o ferro come, Que aos mesmos Reinos Devora o nome; Também Marília, Também consome Dentro do peito Qualquer pesar. Ah! só não pode Ao meu tormento Por um momento Alívio dar. Também, ó Bela, Não há quem viva Instantes breves Na chama ativa; Derrete ao bronze; Sendo excessiva, Ao mesmo seixo Faz estalar. Mas do amianto A febre dura Na chama atura Sem se queimar. Também, Marília, Não há quem negue, Que bem que o fogo Nos óleos pegue, Que bem que em línguas, Às nuvens chegue, À força d'água Se há de apagar. Se a negra pedra Nós acendemos, Com água a vemos Mais s'inflamar. O meu discurso, Marília, é reto: A pena iguala Ao meu afeto. O amor, que nutro, Ao teu aspecto, E ao teu semblante, É singular. Ah! nem o tempo, Nem inda a morte A dor tão forte Pode acabar.
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