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| - Seu rosto pálido e belo Já não tem vida nem cor! Sobre ele a morte descansa, Envolta em baço palor. Cerraram-se olhos tão puros, Que tinham tanto fulgor; Coração que tanto amava Já hoje não sente amor; Que o anjo belo da morte A par desse anjo baixou! Trocaram brandas palavras, Que Deus somente escutou. Ventura, prazer, ledice Duma outra vida contou; E o anjo puro da terra Prazer da terra enjeitou. Depois co'as asas candentes O formoso anjo do céu Roçou-lhe a face mimosa, Cobriu-lhe o rosto co'um véu.
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| - Seu rosto pálido e belo Já não tem vida nem cor! Sobre ele a morte descansa, Envolta em baço palor. Cerraram-se olhos tão puros, Que tinham tanto fulgor; Coração que tanto amava Já hoje não sente amor; Que o anjo belo da morte A par desse anjo baixou! Trocaram brandas palavras, Que Deus somente escutou. Ventura, prazer, ledice Duma outra vida contou; E o anjo puro da terra Prazer da terra enjeitou. Depois co'as asas candentes O formoso anjo do céu Roçou-lhe a face mimosa, Cobriu-lhe o rosto co'um véu. Depois o corpo engraçado Deixou à terra sem vida, De tênue palor coberto, - Verniz de estátua esquecida. E bela assim, como um lírio Murcho da sesta ao ardor, Teve a inocência dos anjos, Tendo o viver duma flor. Foi breve! - mas a desgraça A testa não lhe enrugou, E aos pés do Deus que a crIara Alma inda virgem levou. Sai da larva a borboleta, Sai da rocha o diamante, De um cadáver mudo e frio Sai uma alma radiante. Não choremos essa morte, Não choremos casos tais; Quando a terra perde um justo, Conta um anjo o céu de mais.
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