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| - Santa Cruz das Flores é uma freguesia açoriana da Ilha das Flores e sede de município do mesmo nome. A freguesia é composta pelos lugares de Vila, Fazenda de Santa Cruz, Monte, Vales e Ribeira dos Barqueiros. Santa cruz das Flores, tem área total de 72,11 km2 e 2.493 habitantes (Censos 2001), de que resulta uma densidade populacional de 45,8 hab/km², a maior da Ilha das Flores. A Ilha das Flores é o ponto mais Ocidental da Europa tem uma superfície de 143,11 km, com o comprimento de 17 km e 12,5 km de largura máxima. Tem no Morro Alto a sua maior elevação, com 914 metros. Fajã Grande, Rocha dos Bordões, lagoas do seu Planalto Central, Pico dos Sete Pés 849 metros, Ilhéu de Monchique, Ponta do Albarnaz, O município de Santa Cruz das Flores é formado por 4 freguesias:
* Ponta Delgada
* Cedros (inclui o lugar da Ponta Ruiva)
* Santa Cruz das Flores (inclui o lugar da Fazenda de Santa Cruz, do Monte, Ribeira dos Barqueiros e Boavista)
* Caveira É a maior centro urbano do Grupo Ocidental dos Açores, concentrando na generalidade dos serviços governamentais sitos na ilha, o Tribunal, a Escola Secundária, o Aeroporto das Flores, o Centro de Saúde e a maior parte do comércio nela existente. A pista do Aeroporto das Flores cruza de costa a costa a fajã onde o povoado foi fundado. Nos seus dois extremos têm dois pequenos portos, o Porto das Poças, a sul, ainda usado para a pesca e para as ligações marítimas à Ilha do Corvo, e o Porto do Boqueirão, a norte, uma antiga estação da baleeira, cuja rampa é hoje, em conjunto com a antiga Fábrica da Baleia do Boqueirão, parte do Museu das Flores. Existe ainda o pequeno cais de São Pedro, sob o extremo norte da pista do aeroporto. Sendo a principal povoação das Flores e sede da maioria dos serviços administrativos e económicos localizados na ilha, a vila de Santa cruz é hoje um moderno centro urbano, com a maioria da sua população empregue no Setor Terciário. Ainda assim, graças à riqueza das pastagens da sua zona interior, a agro-pecuária, com destaque para a bovinicultura leiteira, ocupa um lugar ainda relevante na produção de riqueza e na ocupação de mão-de-obra. Para além destas atividades, merece referência a hotelaria, o turismo, a prestação de serviços diversos, as pescas, as oficinas de reparação automóvel, a construção civil, o pequeno comércio, a indústria de laticínios e a restauração. Com a industrialização da produção de manteiga, que se exportava enlatada com destino a Lisboa, a produção de lacticínios teve um grande surto de desenvolvimento, provocando atritos entre os industriais do setor e entre estes e os produtores de leite, dos quais resultou a fundação de múltiplas pequenas cooperativas, designadas por sindicatos agrícolas. O desenvolvimento dos sindicatos agrícolas florentinos, liderado pelo florentino Pe. José Furtado Mota, foi um dos mais interessantes movimentos sociais açorianos do Século XX, desencadeando um conjunto de conflitos que ficou conhecido como a guerra da manteiga. O grande desenvolvimento dos laticínios fez decrescer a produção de cereais, pois as pastagens passaram a render mais que as terras de semeadura. Dada a sua centralidade e o impato que durante a fase crítica da emigração açoriana, a instalação da Base Francesa de Rastreio de Misseis das Flores fez como que a vila de Santa Cruz fosse o único povoado florentino que não sentiu o impato do fenómeno migratório de meados do Século XX. Nas outras povoações da ilha, o número de habitantes reduziu-se para metade, ou menos, enquanto que na vila se manteve. Tinha 2 100 habitantes em 1940 e tem cerca de 2 mil atualmente. A Sociedade Filarmónica Dr. Armas da Silveira, inicialmente designada União Musical Florentina, foi fundada em 1915 pelo Dr. José Jacinto Armas da Silveira, e seu primeiro regente. Quando este faleceu, em 1924, os sócios resolveram adotar o atual nome, em sua justa homenagem. A sua sede foi inaugurada a 28 de Dezembro de 1969. (Francisco Pimentel Gomes, A Ilha das Flores: da Redescoberta à Actualidade, Câmara Municipal das Lajes das Flores, 1997)
* Igreja Matriz de N. Sra. da Conceição, um edifício classificado como de interesse público. O Convento de São Boaventura, um antigo convento franciscano, com a sua igreja anexa, hoje sede do Museu das Flores. A antiga Fábrica da Baleia do Boqueirão e rampa de varagem anexa. A Casa-Museu Pimentel de Mesquita, atualmente a ser adaptada a Biblioteca Pública.
* Miradouro do Monte das Cruzes, sobranceiro à vila, de onde se desfruta uma bela panorâmica sobre Santa Cruz e os povoados vizinhos dos Barqueiros e da planície dos Vales, com as habitações alinhadas ao longo da ribeira.
* Igreja de N. Sra. de Lourdes, na Fazenda de Santa Cruz;
* Miradouro da Cruzinha das Almas, na descida para o vale da Fazenda de Santa Cruz, de onde se pode avistar os ilhéus da baía da Alagoa e as enormes falésias costeiras.
* O Parque Florestal da Fazenda de Santa Cruz e a barragem situada a montante, situado num vale profundo e abrigado. Este Parque integra um viveiro para criação de trutas, destinadas ao repovoamento das ribeiras da ilha, e um jardim botânico com uma rica e diversificada colecção de espécies endémicas da ilha e exóticas.
* As casas do Espírito Santo da Vila (construída em 1854), da Rua da Aresta (construída em 1865 e reconstruída em 1888), da Ribeira dos Barqueiros (construída em 1873) e do Monte (construída em 1910). Santa Cruz das Flores conta entre os seus filhos mais ilustres o poeta Roberto de Mesquita.
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