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| - NARRADOR: Era uma vez, uma ilha... Alguns diziam ser no Pacífico Sul, mas não poderia encontrá-la em mapa algum. Muitas pessoas foram atraídas para a ilha através dos tempos. Perdidas em suas viagens, e perdidas em suas vidas. Uma dessas pessoas sofreu um acidente e foi parar em um das praias da ilha. Seu nome era Desmond. Foi encontrado por um homem chamado Kelvin, e levado para um abrigo subterrâneo. Onde Kelvin vinha digitando um código no computador a cada 108 minutos, por muito tempo. DESMOND: O que foi isso? KELVIN: Apenas salvando o mundo. NARRADOR: Ele logo convenceu Desmond a ajudá-lo. E juntos salvaram o mundo apertando o botão pelos próximos 3 anos. Parecia que poderiam ficar ali para sempre. Mas havia uma possível saída. KELVIN [bêbado e com uma chave na mão]: É só por a chave nesse buraco e tudo vai embora. NARRADOR: Kelvin levou Desmond a acreditar que era inseguro ir lá fora. Então um dia Desmond arriscou ser exposto... e descobriu que foi enganado. DESMOND: O que fez com meu barco? KELVIN: O que acha? Quer vir comigo? DESMOND: Por que mentiu para mim?! KELVIN: Menti porque precisava de um otário para salvar o mundo depois que eu fosse embora! DESMOND: Você é maluco, seu desgraçado! DESMOND: Levanta! Meu Deus! NARRADOR: Quando Desmond voltou, 108 minutos haviam se passado sem que o botão tivesse sido apertado. COMPUTADOR: Falha no sistema. Falha no sistema. Falha no sistema. Falha no sistema. NARRADOR: Desmond estava encurralado e sozinho ou pelo menos achava que sim. Mas no momento de seu maior desespero... LOCKE [gritando do lado de fora da escotilha]: Fiz tudo que queria eu fizesse... NARRADOR: Ficou impressionado ao descobrir... LOCKE: Por que fez isso comigo?! NARRADOR: ...que não estava sozinho na ilha no final das contas. Então quem é esse homem? Era um passageiro a bordo do vôo 815 da Oceanic. Era um vôo como outro qualquer. Um avião repleto de estranhos, indo de Sydney para Los Angeles. Entre eles o médico que perdeu seu pai. E perdeu seu caminho. A garota ao lado se revelou uma fugitiva. Um vigarista em busca de vingança, que matou o homem errado. Um casal cujo casamento estava por um fio. O soldado. A estrela de rock. O ganhador da loteria. A mãe ainda grávida e solteira. E, claro, o homem cuja fé estava perdida. E cujo o corpo lhe tinha falhado. Esses são apenas alguns do muitos que foram colocados juntos bem acima do oceano por algo que não podiam entender no momento. CINDY: Senhoras e senhores, apertem os cintos. NARRADOR: Algo que fez com que o avião deles partisse ao meio. E caísse do céu. Não podiam imaginar como puderam sobreviver a tamanha queda. E também, nunca poderiam imaginar o poder dessa ilha. E os testes que forneceria. Dois grupos de passageiros sobreviveram. Ficariam separados por um certo período. E antes de se unirem vivenciaram a ilha de forma bem diferentes. JACK: Com licença. Já usou uma agulha? KATE: Fiz as cortinas do meu apartamento. [costurando] Posso vomitar em você. JACK: Você está indo bem. NARRADOR: 48 sobreviventes da fuselagem se unirão devido à queda. HURLEY: Com fome? CLAIRE: Sim. Obrigada. NARRADOR: Vieram de todos os estilos de vida. JIN [para Sun]: Não se preocupe com os outros. Precisamos ficar juntos. JACK: Não sei seu nome. KATE: Sou a Kate. JACK: Jack. NARRADOR: E todos logo descobriam que essa não era uma ilha qualquer. Nem nas mais férteis das imaginações. CHARLIE: Maravilha. NARRADOR: Um novo dia chegou. Os sobreviventes se conheceram. HURLEY: Hurley. Ah, deixa... SAYID: Sayid. HURLEY: Como sabe fazer tudo isso? [Sayid estava consertando o transceiver.] SAYID: Eu era um oficial de telecomunicações. HURLEY: Era do que? Força Aérea? Exército? SAYID: Da Guarda Republicana. CLAIRE: Manteiga de amendoim?! CHARLIE: Assim como pediu. CLAIRE: Está vazia. CHARLIE: Não, não está... está cheia. Cheia até a tampa. Ah, Deus, te faz querer um copo de leite, é extra suave. É a melhor manteiga de amendoim que já provei. NARRADOR: Eram sobreviventes colocados juntos. Cada um com diferentes prioridades. JACK: O que está fazendo aqui? O que tem na mochila? SAWYER: Birita, cigarros, algumas Playboy. O que tem na sua? JACK: Remédios. SAWYER: Isso resume tudo, não? JACK: Fazia isso em sua terra natal também? Roubava dos mortos? SAWYER: Não está vendo a grande realidade, doutor. Ainda está na civilização. JACK: E onde você está? SAWYER: Estou na selva. SAWYER: Então, o que há com aquele cara. Jack. O que há nele que te deixa toda fraca das pernas? KATE: Você tenta ser um porco ou isso sai naturalmente? SAWYER: É por que ele é médico, certo? É, as moças gostam dos médicos. Diabos, me dê alguns band-aids e um vidro de Prozac e comando essa ilha também. KATE: Está mesmo se comparando ao Jack? SAWYER: A diferença entre a gente não é tão grande assim, querida. NARRADOR: Do outro lado da ilha os 23 sobreviventes da parte de trás tiveram um experiência bem diferente. ANA-LUCIA: Não conseguiu encontrar fósforos? GOODWIN: Pode perguntar por aí, mas não pude encontrar nenhum. ANA-LUCIA: Você é o quê, escoteiro? GOODWIN: Faço parte da Corporação da Paz. ANA-LUCIA: Sou a Ana-Lucia. GOODWIN: Goodwin. NARRADOR: E em sua primeira noite, algo terrível aconteceu. Um confronto mortal. ANA-LUCIA: O que aconteceu? LIBBY: Quem são essas pessoas? ANA-LUCIA: Eu não sei. Mas estão aqui na floresta sem sapatos sem nada nos bolsos, sem etiquetas nas roupas. Essas pessoas estavam aqui antes da gente. JACK: Como está seu filho? MICHAEL: Walt? Acho que ele ficará bem. JACK: Quantos anos ele tem? MICHAEL: 9. 10. 10. LOCKE: Joga xadrez com seu pai? WALT: Não. Moro na Austrália com minha mãe. Ela morreu duas semanas atrás. LOCKE: Está tendo um mês ruim. WALT: Suponho que sim. NARRADOR: Antes da queda, John Locke tinha perdido a fé em sua vida. Mas levantou dos destroços com a habilidade de andar. E com fé renovada explorou a ilha e encontrou um novo propósito. LOCKE [para Jack]: Sou um homem comum, Jack, vivo no mundo real. Mas esse lugar é diferente. Especial. Todos sabemos disso. Todos sentimos isso. E se tudo que aconteceu aqui aconteceu por um motivo? NARRADOR: E mesmo assim ele ainda buscava mais respostas. Sua procura para descobrir os grandes mistérios da ilha o levaram a uma escotilha no chão. JACK: Meu Deus. O que é essa coisa? LOCKE: Exatamente. NARRADOR: E acreditava no fundo de seu coração que nessa escotilha as respostas seriam encontradas. LOCKE: O caminho termina na escotilha. Tudo isso aconteceu para que pudéssemos abrir a escotilha. NARRADOR: Do outro lado da ilha, os sobreviventes da parte de trás teriam outro encontro com o mesmo grupo a que viriam chamar de "Os Outros". ANA-LUCIA: Parem! NARRADOR: E ficou claro que "Os Outros" estavam bastante determinados a manterem seu estilo de vida. ANA-LUCIA: Eles levaram 9 pessoas para a floresta. As crianças. E não há sinal deles? NARRADOR: Em meio a tanta incerteza, Michael quis desesperadamente, tirar seu filho Walt da ilha. SUN [para Michael]: Você está bem? MICHAEL: Ele não pode crescer nesse lugar. NARRADOR: Então, ele construiu uma balsa. E depois de 40 dias na ilha, eles estavam prontos para ir em busca de resgate. JIN [se despedindo de Sun]: Fique com Jack. Ele vai cuidar de você. SUN: E quem vai cuidar de você? NARRADOR: Mas eles descobririam que não era a hora de eles deixarem a ilha quando foram interceptados por um grupo dos "Outros". TOM: O que estão fazendo por aqui? MICHAEL: Nosso avião caiu... Já faz um mês... TOM: Ainda bem que encontramos vocês. Acontece que... vamos ter que levar o garoto. MICHAEL: Não vão levar ninguém. TOM: Certo, então... WALT: Pai! MICHAEL: Não! WALT: Pai! Socorro! Pai! Por favor! MICHAEL: Walt! Não! NARRADOR: E na mesma noite em que a balsa foi parada no mar os sobreviventes abriram, finalmente, a escotilha que encontraram. LOCKE: Kate, cuide do pavio. Jack e eu colocamos as dinamites. NARRADOR: Eles não tinham idéia do que havia lá embaixo. Como poderiam saber que, lá dentro, estaria um homem desesperado por liberdade. Mas um fato foi o erro. Dois mundos muito diferentes estavam a ponto de colidir. A escotilha foi aberta, e os sobreviventes tinham apenas a esperança de encontrar respostas lá dentro. LOCKE: Calma, calma... KATE: Atrás de você. NARRADOR: Desmond contou sua história de como chegou à ilha e ficou 3 anos no abrigo digitando os números no computador. Jack e Locke viram o filme que descrevia a importância da estação. MARVIN CANDLE [no Filme de Orientação]: A cada 108 minutos, o botão deve ser pressionado. A partir do momento em que o alarme disparar vocês terão 4 minutos para digitar o código no microcomputador. LOCKE: Vamos ter que ver de novo. JACK [para Desmond]: Você realmente acha que isso está acontecendo? DESMOND: E por que não? JACK: Já pensou que, talvez, tenham te colocado aqui apertando um botão a cada 108 minutos, só pra ver se você o faria? Que tudo isso, o computador, o botão, é apenas um jogo? Uma experiência? DESMOND: Todo santo dia. NARRADOR: A ajuda chegou para Desmond... LOCKE: O que está fazendo? NARRADOR: ...mas ele não poderia partir tão rápido. LOCKE: Está indo embora? Espere. Para onde você esta indo? DESMOND: Para o mais longe que eu puder, irmão. NARRADOR: Desmond partiu mas Locke estava pronto para assumir suas funções. E eles exploraram a escotilha em todos os detalhes. SAYID [para Jack]: Do outro lado dessa porta tem mais concreto. Diria que tem uns 3 metros de espessura. JACK: Já viu isso? SAYID: Interessante. NARRADOR: No outro lado da ilha, depois de uma noite longa no mar os sobreviventes da balsa chegaram à praia sem Walt. Logo encontraram os sobreviventes da parte de trás do avião. SAWYER: Qual seu nome? EKO: Sr. Eko. SAWYER: É como Sr. Ed? NARRADOR: E juntos, fizeram uma longa caminhada pela ilha, para se juntarem aos outros passageiros. JACK [para Kate que acabara de banhar]: Você... tomou banho. KATE: Tinha que ver se funcionava. Você está precisando. JACK: Talvez mais tarde. KATE: Vou deixar o xampu para você. NARRADOR: Sawyer foi baleado na balsa e enquanto o grupo se aproximava do acampamento, seu estado piorou. EKO [carregando Sawyer inconsciente, para Jack e Kate que jolgavam golfe]: Onde está o médico? JACK: Agüenta firme. KATE: Para onde vai levá-lo? JACK: Para o banheiro. Está ardendo em febre, temos que colocá-lo no chuveiro, para abaixar a febre. LOCKE [para Eko]: Olá. EKO: Olá. NARRADOR: Os dois grupos estavam agora juntos. KATE [cochichando para Sawyer]: Sawyer. É a Kate. Preciso que me ouça, está bem? A única forma de melhorar é tomando a pílula. Engula. Engula. Bom, bom. JACK: Bom trabalho. Nunca aprendi todo esse lance de cochichar no ouvido na faculdade. NARRADOR: Mas seus diversos problemas estava apenas começando. KATE: Sinto muito. JACK: Sente mesmo? KATE: Sim, sinto muito. Sinto muito por não ser tão perfeita quanto você. JACK: O que está acontecendo com você? KATE: Apenas esqueça. JACK: Não, não me dê as costas. KATE: Me largue. JACK: Está tudo bem, está tudo certo, tudo certo. JACK: Kate! CLAIRE: Está bem, dá para parar de mexer, senão vou cortar sua orelha fora! CHARLIE: Então, qual a primeira coisa que fará quando for resgatada? CLAIRE: Sabe... na verdade não sei. CHARLIE: Poderia ficar comigo em LA. Você e o cabeça-de-nabo. CLAIRE: Obrigada. CHARLIE: De nada. Olha só, essa é a faixa 2, se chama... desculpa. Se chama: "O monstro come o piloto". NARRADOR: Os sobreviventes começaram a fazer turnos para entrar com o código no computador. Mas um dia, quando Michael estava na escotilha, algo muito estranho aconteceu. COMPUTADOR: - Olá? MICHAEL NO COMPUTADOR: - Olá? COMPUTADOR: - Quem está aí? MICHAEL NO COMPUTADOR:- Aqui é o Michael. COMPUTADOR: - Pai? NARRADOR: Poderia ser o Walt? Ou era uma armadilha criada pelos Outros? De toda forma, Michael tomou sua decisão. Não esperaria mais. E custe o que custasse, ele encontraria seu filho. JACK: Locke? MICHAEL [apontando uma arma]: Fique aí. Fica... JACK: Michael! MICHAEL: Estou indo atrás do meu filho, e ninguém vai me impedir, está bem? Certo? É meu direito, é o direito de um pai. JACK: Escuta, podemos fazer isso juntos, está bem? MICHAEL: Tenho que fazer isso sozinho. NARRADOR: Com os dois campos unidos, amantes se reencontraram. E relacionamentos se desenvolveram. KATE: Bom dia. SAWYER: Existem formas mais agradáveis de se acordar um homem, sardenta. KATE: Vamos, está na hora de trocar suas ataduras. SAWYER: Obrigado. KATE: Vamos lá. KATE: Jack?! JACK: Aqui, no arsenal! Michael nos trancou aqui. SAWYER: O que ele disse? KATE [corre para o contador cujo alarme apitava]: Pode deixar. SAWYER [abre o arsenal]: Olá, garotos. LOCKE: O que está fazendo, Jack? JACK [carregando rifles]: Vamos atrás dele. SAWYER: Ei, o que... O que aconteceu? LOCKE: Michael foi atrás do Walt. KATE: Tem uma arma para mim? JACK: Você não vai. KATE: Como é? JACK: Alguém tem que ficar aqui para cuidar do botão. KATE: E por que tem de ser eu? Sei rastrear, usar uma arma... JACK: Você não vai! Vai ficar! Vamos. NARRADOR: Michael estava sozinho. Um pai determinado a achar seu filho. MICHAEL: Ei, mãos para cima! Não se mexa! DANNY: Você é o pai de Walt, não é? MICHAEL: O quê? NARRADOR: A determinação de Michael levou a um encontro inesperado na selva com os Outros. TOM: E aí, Michael? MICHAEL [capturado]: Onde ele está, seu filho da puta? DANNY [carregando Kate, também capturada]: Ei, vejam o que achei! TOM: Um barulho sequer... As tochas estão prontas? Vou falar com os amigos deles. LOCKE: Acho melhor voltarmos. JACK: Sabe o que acontece se voltarmos agora? Nunca o veremos novamente. TOM: Você está certíssimo, Jack. NARRADOR: Foi o primeiro encontro real entre os dois grupos. E não foi amigável. O que era compreensível, já que ambos os grupos tinham algo a proteger. SAWYER: É o filho da puta que atirou em mim no barco. TOM: Por que não abaixam as armas? TOM: Essa ilha não é sua. É a nossa ilha. E vocês só estão morando nela porque assim permitimos. Acendam! TOM: Acho que houve um mal-entendido, Jack. Escute bem: aqui, há uma linha. Atravessem e passaremos de um mal-entendido para algo mais. Agora, entreguem suas armas, e voltem para casa. JACK: Não. TOM: Eu esperava que não tivesse de chegar a isso. Traga-a aqui, Alex. TOM: Ela estava seguindo vocês. TOM: Não! NARRADOR: Os Outros haviam dado um aviso: uma linha na areia que não deveria ser atravessada. SAWYER: Você e eu ainda não terminamos, Zeek. NARRADOR: Infelizmente, esse aviso seria ignorado. KATE: Jack, eu... JACK: Você está bem? KATE: Sim... TOM: Os amigos dele estão voltando. Apaguem-no. ALEX: Me desculpe. LOCKE: Até mais, James. SAWYER [para Kate]: Não se culpe, sardenta. Se ele tivesse me mandado ficar, eu teria feito a mesma coisa. NARRADOR: Então, algum tempo depois do encontro com os Outros... BEN: Ei, aqui. Estou aqui. NARRADOR: ...os sobreviventes capturaram um homem na selva. BEN: Meu nome é Henry Gale. Sou de Minnesota. NARRADOR: Ele dizia que era um viajante perdido na ilha. Mas eles dariam crédito à sua história? SAYID: Como você chegou aqui? BEN: Nós caímos aqui, minha esposa e eu. SAYID: Caíram como? BEN: De balão... Ela morreu! JACK: O que está acontecendo aqui? LOCKE: Deixe o Jack cuidar dele primeiro, e depois fazemos as perguntas. SAYID: Jack, não o desamarre. NARRADOR: Eles não tinham certeza se podiam confiar ou não naquele estranho. Então, eles o prenderam. TOM: Algum problema, Michael? NARRADOR: Do outro lado da ilha, Michael foi levado a um acampamento onde os Outros estavam. TOM [para Alex]: Diga a ela que estamos aqui. SUN: Sawyer? SAWYER: Ah, oi, e aí, Raio-de-Sol? SUN: Como está o livro? SAWYER: Não tem muito sexo... SUN: Ouvi dizer que você tem os medicamentos... SAWYER: Você está certa. KATE: Onde o Sawyer achou isso, hein? Quer dizer, quem embarca com um teste de gravidez, não é? SUN: Você já fez um? KATE: Já. KATE: Você está grávida! NARRADOR: Ninguém sabia se eles podiam confiar no homem que dizia ser Henry Gale. Então, ele desenhou um mapa. Um mapa que mostrava o local de seu balão e do túmulo de sua mulher para que os sobreviventes acreditassem em sua história. Na escotilha, Locke ouviu uma voz nas caixas-de-som... LOCKDOWN: Três, dois, um... NARRADOR: Pouco antes das portas se fecharem... Quando a contagem chegou a zero, Locke ficou preso. BEN: O que aconteceu? NARRADOR: E ele não teve outra saída, a não ser confiar naquele em que ninguém confiava. LOCKE: A caixa de ferramentas! Pegue a caixa de ferramentas, rápido! Coloque aí embaixo! BEN: John, John! Espere! Você não acha que... Espere! BEN: Vamos esperar até que alguém venha. LOCKE: Não, não temos tempo. Preciso que saia pelos túneis de ventilação e aperte o botão. Henry! NARRADOR: Quando Henry saiu para apertar o botão, Locke descobriu um mapa. Kelvin havia desenhado para saber a exata localização de todas as estações na ilha. BEN: Fiz o que me pediu. Digitei o código e apertei o botão de executar. Mas, nada aconteceu. JACK: Afaste-se dele. LOCKE: Esperem. Vocês não... JACK: Afaste-se agora mesmo. Mandei que se afastasse! LOCKE: Ei, está tudo bem. BEN: Não acharam meu balão? SAYID: Achamos, sim, seu balão, Henry Gale. E o também o túmulo que descreveu. Mas, mesmo assim, ainda não acreditava em sua história. Então, eu abri o túmulo. Descobri que não havia uma mulher lá dentro, mas um homem. O nome dele era Henry Gale. NARRADOR: John Locke confiou em Henry Gale, mas já não sabia no que acreditar. LOCKE: Você se deixou capturar de propósito? BEN: Que razão eu teria para me submeter a tudo isso? LOCKE: Talvez... seu povo poderia estar procurando por este lugar. BEN: Este lugar é uma piada, John. LOCKE: Do que está falando? BEN: Eu me arrastei pela ventilação, parei em frente a seu computador. O relógio zerou e houve um grande barulho bem forte. Foi realmente assustador. E sabe o que aconteceu depois? Nada, John. Eu nunca apertei o botão. LOCKE: Você está mentindo. BEN: Não. Já parei com as mentiras. NARRADOR: Após sua conversa com Henry, Locke começou a duvidar de sua missão. E ele parou de acreditar. JACK: Ei, não vai apertar o botão? NARRADOR: Ele começou a se desencorajar. E Jack, a perder a paciência... SAWYER: Que dia feliz. Lá vem o Doutor Risadinha. JACK: Ei. KATE: Para você também. JACK: Eu vou voltar até a selva para falar com nosso amigo barbado. Quero ver se conseguimos uma troca. SAWYER: Ah, a velha troca de prisioneiros... E você está me convidando por que quer uma arma, certo? JACK: Não estou te convidando. E sim a Kate. KATE: Vou pegar minhas coisas. NARRADOR: Locke estava cada vez mais obcecado pelo mapa que viu. E pensava que acharia respostas nele. O mapa levou Sr. Eko e Locke a descobrirem outra estação. Parecia um posto construído para observar aqueles que digitavam os números. MARK WICKMUND [no Filme de Orientação]: Tudo que precisam saber é que as cobaias acreditam que seu trabalho é importante. NARRADOR: A fé de Locke desfez-se. Mas a de Eko foi reencontrada. EKO: Podemos ver isso de novo? LOCKE: Não. Já vi o bastante. KATE: Estou lisonjeada. JACK: É? Por quê? KATE: Porque chamou a mim, e não ao Sawyer. JACK: Só chamei você porque os Outros não te querem. Eles te pegaram, apontaram uma arma para sua cabeça,... Poderiam tê-la mantido como prisioneira, mas não quiseram... Mas eles também não me queriam. KATE: Somos mercadorias com defeito. Nós dois. HURLEY: E aí, cara? Vai colocar o limão com o coco e beber os dois juntos? O Limão e o Coco? A música? SAYID: O que quer, Hurley? HURLEY: Isso. SAYID: Isso é um rádio de baixa freqüência. É um walkie-talkie melhorado. HURLEY: É, mas não pode ligar o fio azul com o vermelho e torná-lo mais potente? SAYID: Por que me importaria? HURLEY: Está bem, cara. Desculpa. Sem problemas. NARRADOR: Jack foi até a linha que nunca deveria cruzar. Esperando trocar Henry Gale por Walt. JACK [gritando]: Estamos com seu homem! Se o quiserem de volta, terão de vir aqui! Estarei bem aqui até que falem comigo! NARRADOR: E Henry permaneceu na escotilha, ficando impaciente com seus captores. ANA-LUCIA: Se for dizer algo, terá que falar alto. BEN: Matou dois de nós. Pessoas boas que não fizeram nada com você. NARRADOR: Enquanto Jack e Kate esperavam por uma resposta, os Outros tinham suas próprias idéias sobre como conseguir seu homem de volta. KLUGH [para Michael]: Houve uma mudança desde que veio para cá, Michael. Um dos nossos foi capturado pelo seu pessoal. Então vão pegá-los de volta. MICHAEL: Quero ver meu filho. MICHAEL: Walt? WALT: Pai. MICHAEL: Eles te machucaram? WALT: Me obrigam a fazer testes. MICHAEL: Te obrigam a o quê?! KLUGH: Não falaremos sobre isso. MICHAEL: Não, não, não, espere. Venha aqui, Walt. Venha aqui. WALT: Pai. MICHAEL: Te prometo, vou te tirar daqui, está bem? WALT: Eu te amo! MICHAEL: Te amo também, Walt! WALT: Me solta, me solta! KLUGH: Depois que libertar nosso homem, preciso que faça outra coisa. MICHAEL [choramingando]: Qualquer coisa que quiser. KLUGH: Estou escrevendo 4 nomes. Precisamos que os traga até aqui. Se não trouxer todas as pessoas na lista... nunca verá o Walt novamente. Você compreende, Michael? KATE: Por quanto tempo vai esperar, Jack? JACK: Até recuperar minha voz. Então gritarei mais um pouco. KATE: Sinto muito por ter te beijado. JACK: Eu não. KATE: Michael! SAYID [para Hurley]: Quero te mostrar algo. HURLEY: Legal, você o consertou! SAYID: Veremos. As chances de conseguir um sinal são pequenas. HURLEY: Pára aí! Pára! Ouviu isso? RÁDIO:...Serenade... HURLEY: Tem que estar perto, certo? SAYID: Ondas de rádio nessa freqüência viajam acima da ionosfera. Podem viajar milhares de milhas. Pode estar vindo de qualquer lugar. HURLEY: Ou de qualquer época. Apenas brincando, cara. KATE: Jack! Acho que ele está acordando. MICHAEL: Os encontrei. Os Outros. JACK: Quantos deles haviam lá? MICHAEL: Contei 22, e 2 armas foi tudo que vi, estão mal armados. Podemos dominá-los. Assim que recobrar minhas forças, levarei a gente até lá, e nós vamos pegar meu filho de volta. ANA-LUCIA [para Michael]: Pegamos um deles. Dos Outros. Ele tentou me matar hoje. Então queria vê-lo morto. Não pude atirar. MICHAEL: Então me deixa fazer. Eles são uns animais. Levaram meu filho das minhas mãos, levaram meu filho e... Eu faço, me dê a arma, eu o matarei. MICHAEL: Sinto muito. ANA-LUCIA: Pelo quê? NARRADOR: Michael memorizou a lista com os nomes das 4 pessoas que tinha que levar ao outro lado da ilha. Mas primeiro, estava na hora de dizer adeus... SAWYER: Descanse em paz, Ana. SUN: Barco! NARRADOR: ...em tempo certo para dizer "olá", novamente, para Desmond. JACK: Você!? LOCKE [para Desmond]: Refresque minha memória, Desmond. Por quanto tempo disse que ficou na escotilha? DESMOND: 3 anos. LOCKE: E se te dissesse que foi tudo em vão? DESMOND: Como saberia de algo assim? LOCKE: Encontrei outra escotilha. Então amanhã descobriremos o que acontece quando aquele botão não é apertado. NARRADOR: No dia seguinte, Michael reuniu todos na lista e saíram a procura de Walt. O Sr. Eko havia assumido as funções de apertar o botão na escotilha. Quando Desmond e Locke começaram seu experimento para ver o que aconteceria se o contador chegasse ao zero... EKO: John! LOCKE: Eko ficou para fora. DESMOND: Tem certeza quanto a isso, irmão? LOCKE: Tenho mais certeza quanto a isso do que qualquer outra coisa em toda a minha vida. EKO: John, não faça isso, John! NARRADOR: Sayid estava convencido de que Michael estava levando seus amigos à uma armadilha. Então saiu de barco para encontrar o acampamento dos Outros e ajudá-los. SAYID [para Sun que viera junto]: Sinto muito se o que disse foi confuso, mas... pedi para que só Jin viesse. SUN: Precisa de alguém para traduzir. E precisa de pelo menos duas pessoas que saibam velejar. SAYID: Desmond conseguiu sozinho. SUN: E olha onde ele foi parar. EKO: Charlie! Preciso de sua ajuda. John me trancou de fora de escotilha e acho que está fazendo isso porque vai parar de apertar o botão. Tenho certeza absoluta, de que se ele tiver sucesso, em 90 minutos todos nessa ilha morrerão. CHARLIE: Está bem, estou dentro. EKO: Obrigado, vamos, vamos. JIN: Te disse para não vir. SUN: Não é enjôo por conta do mar, Jin. JIN: Eu sei. SAYID: Aquela é a pedra que Michael descreveu. Chegamos. DESMOND: O quê?! E se entendeu ao contrário? LOCKE: Contrário? DESMOND: E se o experimento não fosse nos dois homens daqui, e sim nos dois homens de lá? Havia mais alguma coisa na tal estação, um computador? LOCKE: Sim. DESMOND: Então o que ele fazia?! LOCKE: Nada! Não fazia nada, apenas imprimia números. LOCKE: Divirta-se! CHARLIE: Escuta. E se os machucarmos? Ou explodirmos o computador? Eko está bastante nervoso, John. Abra a porta para que possamos conversar sobre isso. DESMOND: Quando vieram para cá? Quanto tempo atrás? LOCKE: 60, 65 dias. DESMOND: A data, qual era a data? LOCKE: Era 22 de setembro. DESMOND: Acho que derrubei seu avião. CHARLIE: Eko. Apenas espere um minuto. Não acho uma boa idéia, Eko. Estamos numa área muito confinada. Ah, droga! NARRADOR: Sayid chegou ao acampamento que Michael descreveu. Apenas para encontrá-lo vazio. Os Outros tinham ido embora. Na verdade estavam a milhas de distância, esperando na floresta pelos amigos de Michael. KATE: Sawyer! NARRADOR: A tentativa de Eko em abrir a escotilha falhou. CHARLIE: Eko! É o Charlie! Acorde! NARRADOR: E Locke e Desmond estavam as desavenças lá dentro. DESMOND: Precisamos apertar o botão. LOCKE: Não, não precisamos! DESMOND: Eu derrubei a droga do seu avião! LOCKE: Como conseguiu fazer isso?! DESMOND: Naquele dia, esses números virara hieróglifos, e essa tela, ficou repleta com "falha no sistema". "Falha no sistema". E esse número aqui: 22 de setembro de 2004. O dia em que seu avião caiu. É real! É tudo real! Agora aperte a droga do botão! LOCKE: Sei o que vi! É uma mentira, não é real! DESMOND: Matou a todos nós. LOCKE: Acabei de salvar a todos nós. NARRADOR: Depois que Michael entregou seus amigos para Os Outros... TOM: Todos apenas acalmem-se. NARRADOR: A hora havia chegado para conhecer o líder deles. BEN [para Michael]: Certo, falemos de negócios, está bem? LOCKE: Não, não. Nada disso é real! DESMOND: Tenho que ir. E vá o mais longe daqui que puder. Sinto muito pelo o que aconteceu e te fez parar de acreditar, mas é tudo real. COMPUTADOR: Falha no sistema. Falha no sistema. Falha no sistema. CHARLIE [para Eko]: Venha comigo! EKO: Charlie! Não! CHARLIE: Me larga! EKO [para John]: John! LOCKE: Eu estava errado. BEN [para Michael]: Cumpriu sua palavra. Cumpriremos a nossa também. Pegue esse barco e siga a bússola na marca de 325, e se fizer exatamente isso, você e seu filho encontrarão resgate. MICHAEL: Quem são vocês? BEN: Somos os mocinhos, Michael. MICHAEL: Walt! WALT: Pai! Pai! MICHAEL: Venha aqui! Ficará tudo bem agora, estamos indo para casa, Walt. Estamos indo para casa. BERNARD: Charlie. Você está bem? CHARLIE: É difícil dizer com precisão, Bern. Meus ouvidos, sabe? BERNARD: Onde está Locke, Eko? CHARLIE: Não voltaram ainda? BERNARD: Não. KLUGH [para Hurley]: Hugo, você pode voltar para seu acampamento. Diga ao resto do seu pessoal que nunca poderão vir aqui. HURLEY: Mas... e quanto aos meus amigos? BEN: Seus amigos irão para casa conosco. NARRADOR: E assim continua. Pessoas perdidas em sua jornada. Perdidas em suas vidas. Mas essa ilha fornece oportunidades. Alguns podem ascender, outros podem cair. E você se pergunta: quem perderá a fé? Quem sobreviverá? E quem realmente são os mocinhos?
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