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  • De joelhos (Casimiro de Abreu)
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  • - "Senhor meu Deus, que sois clemente e justo, Que dais voz às brisas e perfume à rosa, Oh! protegei-a com o manto augusto A doce virgem que sorri medrosa! Lançai os olhos sobre a linda filha, Dai-lhe o sossego no seu casto ninho, E da vereda que seu pé já trilha Tirai a pedra e desviai o espinho! Senhor! livrai-a da rajada dura A flor mimosa que desponta agora; Deitai-lhe orvalho na corola pura, Dai-lhe bafejos, prolongai-lhe a aurora! A doce virgem como a tenra planta Nunca floresce sobre terra ingrata; - Bem como a rola - qualquer folha a espanta, - Bem como o lírio - qualquer vento a mata.
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  • De joelhos
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Autor
  • Casimiro de Abreu
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  • - "Senhor meu Deus, que sois clemente e justo, Que dais voz às brisas e perfume à rosa, Oh! protegei-a com o manto augusto A doce virgem que sorri medrosa! Lançai os olhos sobre a linda filha, Dai-lhe o sossego no seu casto ninho, E da vereda que seu pé já trilha Tirai a pedra e desviai o espinho! Senhor! livrai-a da rajada dura A flor mimosa que desponta agora; Deitai-lhe orvalho na corola pura, Dai-lhe bafejos, prolongai-lhe a aurora! A doce virgem como a tenra planta Nunca floresce sobre terra ingrata; - Bem como a rola - qualquer folha a espanta, - Bem como o lírio - qualquer vento a mata. Ela é a rola que a floresta cria, Ela é o lírio que a manhã descerra... Senhor, amai-a! - a sua voz macia Como a das aves, a inocência encerra! Sua alma pura na novel vertigem Pede ao amor o seu futuro inteiro... - Senhor! ouvi o suspirar da virgem, Dourai-lhe os sonhos no sonhar primeiro! A mocidade, como a deusa antiga, Na fronte virgem lhe derrama flores... - Abri-lhe as rosas da grinalda amiga, Na mocidade derramai-lhe amores! Cercai-a sempre de bondade terna, Lançai orvalho sobre a flor querida; Fazei-lhe oh Deus! a primavera eterna, Dai-lhe bafejos - prolongai-lhe a vida! Depois - de joelhos - eu direi sois justo, Senhor! mil graças eu vos rendo agora! Vós protegestes com o manto augusto A doce virgem que a minh'alma adora! - Dezembro - 1858.
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