abstract
| - Partamona gregaria sp. nov. (Figs. 59, 145, operária; 77, 105, macho; 166, distribuição; Tabs. II-IX, XI) Diagnose. Abelhas de porte médio (l.m.c. 2,4-2,6 mm, c.a.a. 5,4-6,1 mm; Tabs. III, IV). Integumento preto. Mandíbula predominantemente ferrugínea, apenas o 1/5 basal amarelado ou descolorido, ápice ferrugíneo-escuro, côndilos pretos. Flagelo castanho-escuro. Estrias paroculares estreitas (0,6-0,8x o diâmetro do 2o flagelômero), levemente alargadas embaixo (1,0-1,2x o diâmetro do 2o flagelômero), chegando até a interorbital superior (Fig. 145). Pilosidade predominantemente preta; cerdas na região ventral dos mesepisternos, coxas e trocanteres, enegrecidas ou esbranquiçadas. Membrana das asas hialinas; microtríquias predominantemente amarelas, somente no ápice e/ou base da asa, escurecidas; veias uniformemente méleo-claras. Cerdas da base do escapo um pouco mais longas que o diâmetro deste (0,9-1,7x; Tab. VII). Cerdas eretas das áreas paroculares, ao lado dos alvéolos um pouco mais longas que o diâmetro do escapo. Cerdas escutelo 0,9-1,0x o comprimento deste. Área basal do propódeo com uma faixa glabra mediana, aproximadamente tão larga quanto o diâmetro do 2o flagelômero. Dentes da mandíbula pequenos e muito recuados em relação ao ápice do bordo apical (Figs. 59). Área malar, distância interocelar, distância ocelorbital, tíbia III e comprimento da asa anterior, normais (Tabs. V, VI, VIII, IX). Bifurcação da M+Cu geralmente coincidente com a cu-v (raramente levemente anterior). Macho, basitarso III alongado, achatado ou convexo-côncavo; tíbia III estreita (Fig. 77); EVII com a projeção mediana curta e triangular, os chanfros laterais curtos e largos (Fig. 105). Operária. Dimensões. Comprimento total aproximado, 6,31 mm; da asa anterior, 5,54 mm (incluindo a tégula, 6,47 mm); largura máxima da cabeça, 2,54 mm; do TIII, 2,30 mm (Tab. XI). Cor do integumento. Predominantemente preto; face, abdômen, metanoto e tíbias III mais claros (exemplar jovem); os tarsômeros de todos os pares de pernas, ferrugíneos. Tégula ferrugínea escura, mais clara e translúcida na porção discal mediana. Labro amarelado, mandíbula castanho-amarelada no quarto basal e ferrugínea em direção ao ápice, côndilos enegrecidos. Escapo com a face inferior amarelada e a superior enegrecida, mais escuro apicalmente. Flagelo com a face inferior castanha, a superior mais escurecida, a metade apical do 1o flagelômero e os dois últimos um pouco mais claros. Máculas da face nítidas, principalmente as paroculares; as do tórax um pouco mais apagadas. Manchas no clípeo aproximadamente em forma de L contrapostos, a distância entre elas, na porção mais apical do clípeo, menor que o diâmetro do 2o flagelômero, apagadas, apenas nos cantos inferiores mais nítidas. Mancha supraclipeal aproximadamente triangular, irregular. Abaixo do ocelo, um triângulo invertido, alongado, um pouco mais longo que o diâmetro do ocelo médio. Uma mancha apagada nos lados do sulco frontal. Estrias paroculares muito estreitas (ca. 0,4x o diâmetro do 2o flagelômero), embaixo um pouco mais largas, (0,5x), desaparecendo na altura da linha da distância interorbital máxima. Genas com uma pequena mancha abaixo do meio do olho. Tórax com as estrias laterais do mesoscuto nítidas apenas posteriormente; as axilas com a mácula mais nítida na margem interna, posteriormente escurecidas; escutelo com uma estria acastanhada acompanhando o bordo posterior, um pouco apagada medianamente. Basitarso II com uma estria a cada lado, acompanhando as margens anterior e posterior; o basitarso III com estria apenas na margem anterior, mais alargada e nítida distalmente. Membrana da asa anterior hialina; microtríquias amarelas em toda a asa, exceto no extremo apical, onde são fuscas; veias méleo-claras. Pilosidade. Predominantemente enegrecida; mais clara, palha-sujo, na porção ventral do tórax (coxas, trocanteres e mesepisternos) e esternos. Área basal do propódeo com uma faixa glabra mediana. Franja pré-marginal do TIII com cerdas muito mais curtas na região mediana que as laterais. Cerdas da base do escapo tão longas quanto o diâmetro deste. Áreas paroculares inferiores, ao lado dos alvéolos, com as cerdas eretas 1,07x o diâmetro do escapo. Cerdas do clípeo mais curtas 0,87x o diâmetro do escapo; na fronte, 1,13x; no vértice mais longas, ca. 2,27x; no disco do mesoscuto e na porção anterior da linha média, 1,33 e 2,60x, respectivamente. As cerdas mais longas no ápice do escutelo com ca. de 0,96x o comprimento deste. Integumento. Liso e polido, apenas com a pontuação pilígera típica do gênero. Forma e proporções (Tab. XI). Cabeça, 1,18x mais larga que longa, e 1,34x mais larga que a distância clipeocelar. Olhos 2,47x mais longos que largos, levemente divergentes embaixo. Área malar ca. de 1,06x o diâmetro do 2o flagelômero. Comprimento do clípeo 0,53x sua largura máxima e 0,36x a distância clipeocelar. Comprimento das mandíbulas 0,55x a distância clipeocelar; os dentes pequenos e recuados em relação ao bordo distal (Fig. 59). Comprimento do escapo 0,90x a distância alvéolo-ocelo lateral, seu diâmetro um pouco menor que o do 2o flagelômero. Distância interocelar 1,64x maior que a ocelorbital e ca. de 1,92x o diâmetro do ocelo médio. Escutelo aproximadamente semicircular, cerca de 0,49x mais curto que largo. Tíbia III 0,93x mais curta que a cabeça, e 2,11x mais longa que larga; canto póstero-distal arredondado, pouco projetado, a margem apical fracamente sinuada; contorno da margem posterior, suavemente sinuado. Basitarso III 1,67x mais longo que largo; canto póstero-distal subanguloso e margem apical em ângulo um pouco maior que 90o em relação à margem anterior. Asa anterior 2,50x mais longa que larga e 2,22x a largura máxima da cabeça. Bifurcação de M+Cu levemente anterior à cu-v. Hâmulos, 5. Macho Figuras 77, 105. Material-tipo. Holótipo, operária, de "São Luis do Tapajós PA Brasil, SB-21,56o14'W; 4o26'S, 14,17-I-1979 Camargo", ninho "118c (:T~4)", parátipos do mesmo ninho, 31 operárias e 10 machos montados em alfinetes e várias operárias e rainha em álcool; outros ninhos do mesmo agregado, 115c, 58 operárias em alfinetes (muitas outras em álcool), 116c, 16 operárias em alfinetes, além de material em álcool, 117c, muitos exemplares em álcool, depositados na RPSP. Material examinado. BRASIL. Amazonas: Maués, 6.IV.1995, M.V.B. Garcia (4 ops., RPSP). Pará: Lago Uaicurapá, Paraná do Ramos, 56°45'W, 2°46'S, 20-21.II.1979, Camargo et al. (40 ops., mais material em álcool, ninho 194c; 40 ops., mais material em álcool, ninho 195c; 50 ops., mais material em álcool, ninho 197c, mais 39 ops., RPSP); ibidem, 20.II.1979, Othonyel R.L Filho (19 op., T-83, INPA); Jacareacanga, X.1959, M. Alvarenga (2 ops., DZUP); Mangabeira, Mocajuba, VI.1953, Orlando Rego (8 ops. DZUP; 2 ops., RPSP); Mussum (sic = Muçum) 15 km S Aveiro, margem esquerda do Tapajós, 55°25'W, 3°40'S, 24-28.I.1979, Camargo et al. (86 ops., mais material em álcool, ninhos 146-147c; 131 ops., 970185-970224, RPSP); Santa Maria, Itaituba, SB-21, 55°58'W, 4°13'S, 18-20.I.1979, Camargo (1 op., RPSP); São Luís do Tapajós, SB-21, 56o14'W, 4o26'S, 14-17.I.1979, Camargo (4 ops., RPSP); Serra de Parintins, rio Amazonas, 19.II.1979, Camargo, Mazucato (74 ops., mais material em álcool, ninho 193c, RPSP); Tauari, rio Tapajós, SA-21- 55°7'W, 3°5'S, 29.I-1.II.1979, Camargo (12 ops., RPSP); ibidem, 80 km S Aveiro, margem direita do Tapajós, 55°7'W, 3°5'S, 29.I-01.II.1979, Camargo et al. (21 ops., ninho 166c, RPSP). Distribuição geográfica e hábitat. Endêmica das matas e manchas de cerrado na região do baixo Tapajós; a leste, até a região do baixo Tocantins. Prefere lugares abertos e secos de áreas antrópicas (Fig. 166). Nidificação. Termiteiros arborícolas externos - tipo estróbilo, principalmente. Hospedeiros identificados: Nasutitermes cf. tatarendae (Holmgren, 1910) (ninhos nos. 115c-120c); Nasutitermes acangussu Bandeira & Fontes, 1979 (ninhos nos. 194c, 195c); Amitermes excellens Silvestri, 1923 (ninhos nos. 146c, 147c). Etimologia. Do latim gregarius, referindo-se ao fato de formar grandes agregações de ninhos, muitas vezes em um único termiteiro. Discussão. Restrita à região do baixo rio Tapajós e Tocantins, PA. Distingue-se das demais espécies do grupo principalmente pela cor das asas (microtríquias amarelas), mas é praticamente idêntica às populações da região do rio Trombetas de P. ferreirai. Estas, entretanto, excluem-se geograficamente (Figs. 166 e 168). Os hábitos de nidificação e estrutura da entrada do ninho também são bastante divergentes, o que dá certa garantia para a decisão de considerá-las como espécies distintas.
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