DESALENTO Após leda bonança vem tormenta; Succede a noite escura ao claro dia, E ao rapido prazer a magoa lenta! Assim de minha ardente phantasia Aos sonhos perfumados de venturas Que a beijar-me a fronte eu já sentia, Ai! seguiram-se tristes amarguras Que a vida a pouco e pouco vão comendo; Deixando espinhos só onde as verduras Eram brandos aromas rescendendo! CONFORTO (*PARAPHRASE DO SONETO ANTECEDENTE*) Porque após da bonança vem tormenta, Porque a noite succede ao claro dia, É força definhar em magoa lenta?
DESALENTO Após leda bonança vem tormenta; Succede a noite escura ao claro dia, E ao rapido prazer a magoa lenta! Assim de minha ardente phantasia Aos sonhos perfumados de venturas Que a beijar-me a fronte eu já sentia, Ai! seguiram-se tristes amarguras Que a vida a pouco e pouco vão comendo; Deixando espinhos só onde as verduras Eram brandos aromas rescendendo! CONFORTO (*PARAPHRASE DO SONETO ANTECEDENTE*) Porque após da bonança vem tormenta, Porque a noite succede ao claro dia, É força definhar em magoa lenta? Não! que aos males, que gera a phantasia, O sabio oppõe as intimas venturas Da virtude e da fé que em si sentia. Não chores mais, poeta, as amarguras Que só os bens da terra vão comendo: A consciencia é jardim onde as verduras Mil perfumes p'ra o céo vão rescendendo.