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| - O sórdido avarento em vão defende Que possa o filho entrar no seu tesouro; Aqui fechado estende Sobre a tábua, que verga, as barras d'ouro. Sacode o jogador do copo os dados; E numa noite só, que ao sono rouba, Perde o resto dos bens, do pai herdados. O que da voraz gula o vício adora, Da lauta mesa os seus prazeres fia. E o terno Alceste chora Ao som dos versos, a que o gênio o guia. O sábio Galileu toma o compasso, E sem voar ao Céu, calcula, e mede Das Estrelas, e Sol o imenso espaço.
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abstract
| - O sórdido avarento em vão defende Que possa o filho entrar no seu tesouro; Aqui fechado estende Sobre a tábua, que verga, as barras d'ouro. Sacode o jogador do copo os dados; E numa noite só, que ao sono rouba, Perde o resto dos bens, do pai herdados. O que da voraz gula o vício adora, Da lauta mesa os seus prazeres fia. E o terno Alceste chora Ao som dos versos, a que o gênio o guia. O sábio Galileu toma o compasso, E sem voar ao Céu, calcula, e mede Das Estrelas, e Sol o imenso espaço. Enquanto pois, Marília, a vária gente Se deixa conduzir do próprio gosto, Passo as horas contente Notando as graças do teu lindo rosto. Sem cansar-me a saber se o Sol se move; Ou se a terra volteia, assim conheço Aonde chega o poder do grande Jove. Noto, gentil Marília, os teus cabelos. E noto as faces de jasmins, e rosas: Noto os teus olhos belos, Os brancos dentes, e as feições mimosas: Quem faz uma obra tão perfeita, e linda, Minha bela Marília, também pode Fazer os Céus, e mais, se há mais ainda.
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