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| - Ela dormia... Sobre o alvor do leito Desenhava-se, esplêndida miragem, Seu lindo corpo, escultural, perfeito. Encrespado das rendas da roupagem, Seu seio brandamente palpitava Como a lagoa no tremor da aragem. Solto, o cabelo se desenrolava Sobre os lençóis, em plena rebeldia, Como um revolto mar que os alagava. Como no céu, quando desponta o dia, A aurora raia, de um sorriso a aurora Pelo seu meigo rosto se expandia. E ela dormia descuidada... Fora, O mar gemia um cântico plangente Como uma alma perdida que erra e chora.
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abstract
| - Ela dormia... Sobre o alvor do leito Desenhava-se, esplêndida miragem, Seu lindo corpo, escultural, perfeito. Encrespado das rendas da roupagem, Seu seio brandamente palpitava Como a lagoa no tremor da aragem. Solto, o cabelo se desenrolava Sobre os lençóis, em plena rebeldia, Como um revolto mar que os alagava. Como no céu, quando desponta o dia, A aurora raia, de um sorriso a aurora Pelo seu meigo rosto se expandia. E ela dormia descuidada... Fora, O mar gemia um cântico plangente Como uma alma perdida que erra e chora. Um raio de luar, branco e tremente, Pela janela mal cerrada veio Entrando, surda, sorrateiramente... Ia beijá-la em voluptuoso anseio; Mas, ao vê-la dormindo entre as serenas Ondas daquele sono sem receio, Hesitou em beijar-lhe as mãos pequenas, E humildemente, e como ajoelhando, Beijou-lhe a fímbria do vestido apenas... E o lindo quadro, estático, fitando, Senti não sei que mística ternura Por toda a alma se me derramando Porque acima daquela formosura Do corpo, os seus quinze anos virginais Envolviam-lhe a angélica figura Na sombra de umas asas ideais.
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