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| - Olha: era um tênue fio De água escassa. Cresceu Tornou-se em rio Depois. Roucas, as vagas Engrossa agora, e é túrbido e bravio, Roendo penedos, alagando plagas. Humilde arroio brando!... Nele, no entanto, as flores, inclinando O débil caule, inquietas Miravam-se. E, em seu claro espelho, o bando Se revia das leves borboletas. Cresceu. Atropeladas, Soltas, grossas as ondas apressadas Estendeu largamente, Tropeçando nas pedras espalhadas, No galope impetuoso da corrente...
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abstract
| - Olha: era um tênue fio De água escassa. Cresceu Tornou-se em rio Depois. Roucas, as vagas Engrossa agora, e é túrbido e bravio, Roendo penedos, alagando plagas. Humilde arroio brando!... Nele, no entanto, as flores, inclinando O débil caule, inquietas Miravam-se. E, em seu claro espelho, o bando Se revia das leves borboletas. Tudo, porém: - cheirosas Plantas, curvas ramadas rumorosas, Úmidas relvas, ninhos Suspensos no ar entre jasmins e rosas, Tardes cheias da voz dos passarinhos, - Tudo, tudo perdido Atrás deixou. Cresceu. Desenvolvido, Foi alargando o seio, E do alpestre rochedo, onde nascido Tinha, crespo, a rolar, descendo veio... Cresceu. Atropeladas, Soltas, grossas as ondas apressadas Estendeu largamente, Tropeçando nas pedras espalhadas, No galope impetuoso da corrente... Cresceu. E é poderoso: Mas enturba-lhe a face o lodo ascoso... É grande, é largo, é forte: Mas, de parcéis cortado, caudaloso, Leva nas dobras de seu manto a morte. Implacável, violento, Rijo o vergasta o latego do vento. Das estrelas, caindo Sobre ele em vão do claro firmamento Batem os raios límpidos, luzindo... Nada reflete, nada! Com o surdo estrondo espanta a ave assustada; É turvo, é triste agora. Onde a vida de outrora sossegada? Onde a humildade e a limpidez de outrora? Imagem:Separator.jpg Homem que o mundo aclama! Semideus poderoso, cuja fama O mundo com vaidade De eco em eco no século derrama Aos quatro ventos da celebridade! Tu, que humilde nasceste, Fraco e obscuro mortal, também cresceste De vitória em vitória, E, hoje, inflado de orgulhos, ascendeste Ao sólio excelso do esplendor da glória! Mas, ah! nesses teus dias De fausto, entre essas pompas luzidias, - Rio soberbo e nobre! Hás de chorar o tempo em que vivias Como um arroio sossegado e pobre... Categoria:Olavo Bilac Categoria:Panóplias
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