"Daniel Summers desembarcou no espa\u00E7oporto de Darkover. O frio intenso, que mesmo o isolamento t\u00E9rmico n\u00E3o conseguia bloquear, assolou seus ossos. N\u00E3o que isso fosse um problema para ele. O capit\u00E3o da Frota Estelar j\u00E1 enfrentara borgs, stroggs, contrabandistas, alien\u00EDgenas sugadores de mente. Uma nevasca - mesmo que fosse uma nevasca darkovana - n\u00E3o o iria impedir de continuar o que viera fazer. Tentando manter-se no papel de seu Oficial de Seguran\u00E7a, respondeu \u00E0 funcion\u00E1ria. - Amanh\u00E3? Mas e essa nevasca? A voz falava um Padr\u00E3o terr\u00E1queo tosco, mas compreens\u00EDvel. Summers virou-se para ela. - E eu?"@en . "Daniel Summers desembarcou no espa\u00E7oporto de Darkover. O frio intenso, que mesmo o isolamento t\u00E9rmico n\u00E3o conseguia bloquear, assolou seus ossos. N\u00E3o que isso fosse um problema para ele. O capit\u00E3o da Frota Estelar j\u00E1 enfrentara borgs, stroggs, contrabandistas, alien\u00EDgenas sugadores de mente. Uma nevasca - mesmo que fosse uma nevasca darkovana - n\u00E3o o iria impedir de continuar o que viera fazer. Avan\u00E7ou para os postos de checagem. Tivera que usar toda a sua influ\u00EAncia para conseguir entrar no planeta. Cottman IV era um mundo fechado. Pertencia a Federa\u00E7\u00E3o, mas ningu\u00E9m podia visit\u00E1-lo sem permiss\u00E3o expressa da Frota e do Conselho Comyn, que dirigia o planeta. E ele n\u00E3o podia revelar o motivo de sua viagem, porque jamais iriam permitir. Nem sequer usara seu nome. - Tenente \u00C2ngelo Raphael? - a funcion\u00E1ria respons\u00E1vel sorria para Summers. - Bem-vindo. Pelo que entendi, o senhor conseguiu uma permiss\u00E3o para praticar montanhismo, n\u00E3o \u00E9? Voc\u00EA deve ser muito importante, para o Conselho Comym permitir. Bom, j\u00E1 resolvemos tudo. Um quarto foi reservado na Cidade Comercial, como pedido. Um guia local foi acertado, e dever\u00E3o sair amanh\u00E3, ap\u00F3s o almo\u00E7o. Tentando manter-se no papel de seu Oficial de Seguran\u00E7a, respondeu \u00E0 funcion\u00E1ria. - Amanh\u00E3? Mas e essa nevasca? - Acabou de chegar, tenente. N\u00E3o est\u00E1 acostumado com isso. Hoje \u00E9 o come\u00E7o da primavera...Pode ter certeza que ver\u00E1 o p\u00F4r-do-sol e as luas esta noite, e que amanh\u00E3 de manh\u00E3 nevar\u00E1. E de tarde certamente teremos sol. O pior clima da Gal\u00E1xia se quer saber. N\u00E3o sei como pode ser habitado, com uma popula\u00E7\u00E3o de n\u00EDvel tecnol\u00F3gico t\u00E3o baixo. Escondeu sua irrita\u00E7\u00E3o. Passou ainda por longo processo de triagem, question\u00E1rios e revistas. N\u00E3o eram permitidas armas de longo alcance no planeta, devido a um acordo feito em um passado remoto. Summers podia ter evitado isso com sua patente de capit\u00E3o, mas n\u00E3o podia arriscar ser impedido. Havia coisas demais em jogo. Seguiu para fora do espa\u00E7oporto. Ao redor da \u00E1rea cedida para a Federa\u00E7\u00E3o, os darkovanos haviam erigido um cord\u00E3o de isolamento. A Cidade Comercial ficava entre os pr\u00E9dios de pl\u00E1stico, metal e vidro das instala\u00E7\u00F5es federadas e os milenares casarios de Thendara. A funcion\u00E1ria tinha raz\u00E3o. A nevasca parara, o Sol, vermelho como sangue, terminava de se p\u00F4r e uma lua, grande e solit\u00E1ria, brilhava com sua luz violeta no c\u00E9u. Parou por alguns instantes. De certa forma, era um planeta inteiramente alien\u00EDgena. Os cheiros, os sons...Fragr\u00E2ncia de resina e pol\u00E9n de flores vinha das florestas que circundavam a cidade, e o cheiro de lenha, carv\u00E3o e madeira da cidade. Acostumado aos ambientes est\u00E9reis de uma nave espacial, sentia-se quase atordoado com o impacto dos odores. Os sons de cavalos trotando em ruas de pedra, um ferreiro ao longe trabalhava em sua forja, um gavi\u00E3o gritava ao longe. At\u00E9 mesmo as cores pareciam diferentes, Mas era naquele planeta que a mulher que amava havia nascido. E foi para ele que fugira, sem sequer explicar porque. Summers viera disposto a acha-la, a qualquer custo. Olhou para a lua violeta que refulgia acima. - Liriel \u00E9 a lua dos amantes.Dizem as hist\u00F3rias que h\u00E1 muitos anos, uma Guardi\u00E3 com esse nome voltou dos mortos por amor ao seu marido. A voz falava um Padr\u00E3o terr\u00E1queo tosco, mas compreens\u00EDvel. Summers virou-se para ela. - Falou comigo, senhora? Ela assentiu com a cabe\u00E7a. - Voc\u00EA veio procurar a sua bredilla, sua amada...e eu posso ajuda-lo a encontrar a mo\u00E7a. Ia virar as costas e se encaminhar para o hotel, mas pensou melhor. N\u00E3o sabia onde Callista estava, e n\u00E3o podia sair perguntando. E que mal faria? N\u00E3o possu\u00EDa nada para ser roubado, tirando umas poucas moedas locais que havia trocado no espa\u00E7oporto. Seguia at\u00E9 uma pequena casa de pedra. Limpa e asseada, mas pequena. Uma sala, um quarto e s\u00F3. No meio da sala, uma mesa com uma pedra azul em cima, e algumas cartas espalhadas. - O destino de voc\u00EAs, terranan, s\u00F3 pode ser visto no papel...Por isso, tive de aprender alguns segredos antigos da Terra...Sente, vamos. Obedeceu. A velha pegou pedra e apoiou no colo. Ele reconhecia a gema de ver no pesco\u00E7o de Callista. A de sua amada era diferente, menor e com uma cor mais l\u00EDmpida. Uma pedra-da-estrela, amplificadora de poderes telep\u00E1ticos. Os l\u00E1bios da mulher se mexeram devagar. Virou as cartas, uma por uma. - Uma guardi\u00E3! Ousadia a sua, terranan, de se apaixonar por uma Virgem da Mente. E sorte a sua por ser correspondido. Mas ela esconde um segredo e por isso fugiu...N\u00E3o. Ela n\u00E3o fugiu. Ela tirou mais algumas cartas. Sua express\u00E3o fechou. - Esque\u00E7a a mulher, volte para sua nave. Ela n\u00E3o ir\u00E1 voltar com voc\u00EA. Saia. - Deixe-me ao menos pagar pela consulta. - N\u00E3o, saia!!! Saia do planeta. Voc\u00EA n\u00E3o a ter\u00E1. Summers simplesmente pegou a mulher pelo pesco\u00E7o e a encostou em uma parede. Viajara por muito tempo, em rotas sub-espaciais, enfrentara a burocracia esmagadora da Federa\u00E7\u00E3o, pedira licen\u00E7a em um momento cr\u00EDtico da hist\u00F3ria da Frota Estelar. Uma cartomante de beira de espa\u00E7oporto n\u00E3o o faria desistir. -- Escute, velha. J\u00E1 matei mais gente em batalhas do que toda a popula\u00E7\u00E3o deste planeta. Minha vida \u00E9 vazia. N\u00E3o tenho fam\u00EDlia, e poucos amigos. O \u00FAnico sentido que eu tenho veio de Callista e eu n\u00E3o vou desistir dela. Diga me o que viu. Ou irei mata-la aqui mesmo. Soltou-a, e ela caiu devagar no ch\u00E3o. Olhou-o com raiva. Parecia que n\u00E3o ia falar mais nada, por\u00E9m come\u00E7ou a resmungar baixinho. - Maldito seja terranan. Quem voc\u00EA acha que eu sou? Sou bastarda de uma das mais nobres Casas de Darkover...Mas se voc\u00EA quer tanto assim saber. S\u00F3 duvido que seu amor seja forte o suficiente para enfrentar o destino que est\u00E1 reservado a sua dama. Pois para ela est\u00E1 reservado um destino pior do que a morte. Uma Guardi\u00E3 tem que ser uma Virgem jurada, intocada e pura at\u00E9 o fim dos seus dias. Quando ela deita com um homem, deve deixar de lado o seu posto. Por\u00E9m...por vezes, uma mulher precisava voltar a atuar como Guardi\u00E3. E h\u00E1 duas maneiras. - O que voc\u00EA quer dizer com isso? - Ela pode assumir suas fun\u00E7\u00F5es sem se preocupar com as conseq\u00FC\u00EAncias. O problema \u00E9 que na darkovana, os canais telep\u00E1ticos s\u00E3o os mesmos em que passam as energias vitais...do..sexo. Quando h\u00E1 atividade sexual, n\u00E3o pode haver atividade telep\u00E1tica intensa, pois os canais ficam bloqueados. A \u00FAnica que tentou, queimou como um carv\u00E3o, consumida por suas pr\u00F3prias energias. - E qual a outra forma? - come\u00E7ou a temer por sua amada. - Deixar de ser mulher. H\u00E1 uma opera\u00E7\u00E3o antiga, proibida, mas praticada em casos de necessidade. Chama-se neutraliza\u00E7\u00E3o, e elimina o sexo da pessoa. Ela se torna um emmasca. E \u00E9 isso que pretendem fazer com ela, terranan. Deve ser algo grave, pois al\u00E9m de guardi\u00E3, a mulher que voc\u00EA ama \u00E9 uma herdeira de Dom\u00EDnio, nobre das mais altas castas. Desista, esque\u00E7a! - Nunca, ouviu bem? Nunca! - avan\u00E7ou para a mulher - Onde ela est\u00E1? Me diga, onde? Novamente no olhar dela brilhou uma amea\u00E7a. O desespero dele, no entanto, comoveu a velha. Tamb\u00E9m j\u00E1 fora jovem, tamb\u00E9m amara...e por ter amado sem esperan\u00E7a \u00E9 que estava jogada nas ruas de Thendara. - Na Torre de Arillin. V\u00E3o esperar at\u00E9 o Festival das Quatro Luas para a opera\u00E7\u00E3o, quando ningu\u00E9m ir\u00E1 perceber os gritos telep\u00E1ticos. Voc\u00EA tem uma semana. Que os deuses te acompanhem. Agora, saia daqui! Nas ruas de Thendara, o ar frio cortava a sua pele. N\u00E3o importava. Iria prosseguir, imediatamente. Amanh\u00E3 j\u00E1 seria tarde demais. Quem iria guia-lo nessa hora da noite? A imensa lua violeta j\u00E1 ocupava o centro do c\u00E9u avermelhado e um sentimento intenso de urg\u00EAncia tomava conta do seu esp\u00EDrito. Entrou em contato com o espa\u00E7oporto. Tanto fez e pediu que a respons\u00E1vel por sua estada em Darkover pediu que ele esperasse e saiu de sua sala, prometendo resolver o problema. Voltou pouco tempo depois, acompanhada por uma mulher que, para Summers, era totalmente o contr\u00E1rio do que esperava em Darkover. Ela usava cabelos curtos, cal\u00E7as e uma pequena espada na cintura. Lembrou-se de Callista, tentando explicar os diversos tabus de vestu\u00E1rio e costumes femininos. N\u00E3o mostrar a nuca, n\u00E3o usar cal\u00E7as e jamais tocar em uma espada. Ele n\u00E3o pode evitar de olhar espantado. - O que foi, terranan? Nunca viu uma renunciante? - Desculpe, mestra Kindra, o tenente Raphael chegou hoje e provavelmente n\u00E3o est\u00E1 acostumado com todas as nuances da vida social em Darkover. Tenente \u00C2ngelo Raphael, a mestra Kindra n'ha Camilla \u00E9 uma Renunciante, uma mulher que escolheu viver fora dos padr\u00F5es impostos pela sociedade darkovana. E ser\u00E1 sua guia at\u00E9 Arillin. N\u00E3o havia outro dispon\u00EDvel para partir com tanta urg\u00EAncia. Espero que n\u00E3o se incomode. Para Summers, tanto fazia. O seu espanto era porque a mulher transgredia os padr\u00F5es darkovanos, n\u00E3o os seus. E n\u00E3o estava interessado em que o guiava, desde que o levasse at\u00E9 onde queria ir. A ordenan\u00E7a os deixou, para organizar o material necess\u00E1rio para a expedi\u00E7\u00E3o. Ainda bem que avisara Raphael de sua viagem, assim ele n\u00E3o estranharia as requisi\u00E7\u00F5es de material de acampamento em seu nome. A renunciante o olhou de cima a baixo. - O que voc\u00EA quer em Arillin? - Vou fazer checagens astron\u00F4micas de rotina...e aproveitar para fazer alguns c\u00E1lculos sobre a conjun\u00E7\u00E3o das quatro luas. Ela se aproximou dele. O encarou sem medo. - N\u00E3o acredito em voc\u00EA, terranan. Mas o dinheiro \u00E9 bom, e a viagem \u00E9 f\u00E1cil. Fique sabendo que se eu souber que fui usada para espionar meu povo para a Federa\u00E7\u00E3o, sua cabe\u00E7a \u00E9 minha. Ele retribuiu o olhar. - Garanto que n\u00E3o vim espionar Darkover, voc\u00EA tem a minha palavra. N\u00E3o teve resposta. A espadachim virou as costas e saiu da sala. Sa\u00EDram de Thendara ainda antes do amanhecer. Estavam fora dos limites urbanos quando o sol vermelho, chamado de Cottman pelos terr\u00E1queos, surgiu no horizonte. Na luz difusa, Summers pode entender porque Callista se queixava das cores serem erradas dentro das instala\u00E7\u00F5es da Frota. Ali, tudo parecia ter sido pintado em tons de pastel. Acostumado a rudeza de batalhas e ambientes artificiais, aquele ambiente buc\u00F3lico dava-lhe um sentimento de paz, mesmo sem esquecer de sua miss\u00E3o. Talvez, mais a frente, pudesse passar algum tempo com Callista naquele belo planeta. Florestas de con\u00EDferas resinosas se espalhavam pelas colinas. A cidade se localizava em uma parte relativamente plana de Darkover, mas ao longe se viam os imensos contrafortes das Hellers. O primeiro dia foi tranq\u00FCilo, um dia primaveril excepcional. Calado, Summers ia aprendendo sobre o estranho planeta natal da conselheira Ridenow. A renunciante era uma mo\u00E7a jovem, e passado o primeiro momento de estranhamento, comportou-se como uma guia em uma viagem de turismo. Indicou caminhos mais suaves, mostrou os detalhes da natureza. Um coelho-de-chifres e sua fam\u00EDlia, uma carreira de formigas-escorpi\u00E3o. Trilhas de um povo antigo, que a mo\u00E7a chamava de chieri. Por\u00E9m, o bom tempo n\u00E3o durou muito. Ao anoitecer do segundo dia, nuvens esconderam o p\u00F4r-do-sol. Kindra mostrou-se preocupada. - Senhor Raphael, vamos ter que sair da trilha. Tem uma nevasca se aproximando. Conhe\u00E7o um abrigo aqui perto... - Isso ir\u00E1 nos tirar do caminho? - \u00C9 um desvio de duas horas, n\u00E3o mais. E n\u00E3o iremos avan\u00E7ar mais nada por hoje. Ande, temos que ir logo. Para Summers, n\u00E3o parecia nada demais, uma mera tempestade. Por\u00E9m, ele n\u00E3o era darkovano e preferiu n\u00E3o arriscar. Seguiu a mo\u00E7a at\u00E9 um pequeno abrigo de viagem. Estava vazio. Era seco, quente e abrigado. Estes eram os \u00FAnicos confortos dispon\u00EDveis. Os animais, esp\u00E9cies de p\u00F4neis peludos e corpulentos, foram colocados em um canto do abrigo. Mante-los ali iria ajudar a aquecer o ambiente. Kindra abriu espa\u00E7o no ch\u00E3o e fez uma fogueira. Tirou os mantimentos e come\u00E7ou a preparar a refei\u00E7\u00E3o. Seria a mesma coisa que a noite anterior. Uma esp\u00E9cie de guisado da carne do coelho-de-chifre com alguns legumes. Sentia-se in\u00FAtil. Todo o treinamento de campo da Frota n\u00E3o servia de nada ali. N\u00E3o podia usar seu phaser, n\u00E3o podia usar seus equipamentos. Olhou para as m\u00E3os h\u00E1beis de sua acompanhante e pensei em Callista. De alguma forma, pensara que todas as darkovanas se parecessem com sua amada. Nunca lhe ocorrera que ela era de uma classe privilegiada, e que os demais habitantes tivessem que sofrer tanto. - Mestra, por que se tornou uma renunciante? - N\u00E3o precisa me chamar de 'mestra'. Meu nome \u00E9 Kindra. Eu n\u00E3o tinha mais op\u00E7\u00F5es, a n\u00E3o ser que voc\u00EA considere ser a segunda esposa de um campon\u00EAs como op\u00E7\u00E3o. Summers sorriu. - N\u00E3o, n\u00E3o considero...mas e as Torres? Ela provou o guisado. - S\u00E3o para os nobres. Somente o Comyn tem o laran, o poder telep\u00E1tico... Voc\u00EAs, terranan, devem achar que todos os darkovanos s\u00E3o telepatas...A maioria de n\u00F3s vive longe do mundo das torres e sal\u00F5es nobres. Mas a minha comida \u00E9 digna de qualquer banquete! Rindo, Summers concordou. Realmente, ela cozinhava muito bem. Comeram e foram deitar logo em seguida, esperando partir cedo no dia seguinte. Por\u00E9m, n\u00E3o foi o que aconteceu. No dia seguinte, a nevasca redobrou de for\u00E7a. No amanhecer do quarto dia de viagem, Kindra foi at\u00E9 a trilha e voltou com m\u00E1s not\u00EDcias. - Melhor desistirmos. Assim que a nevasca amainar, voltamos para Thendara. Vai ter que deixar sua observa\u00E7\u00E3o astron\u00F4mica para a pr\u00F3xima conjun\u00E7\u00E3o. - N\u00C3O!!! N\u00E3o posso, eu tenho que chegar a Arillin antes do Festival. - Imposs\u00EDvel. Se sa\u00EDssemos agora, chegar\u00EDamos ao entardecer do dia do Festival. Por\u00E9m, eu n\u00E3o vou pegar a trilha com essa nevasca. Juntando suas coisas, o capit\u00E3o virou-se para a darkovana. - Eu vou sozinho, ent\u00E3o. S\u00F3 me indique o caminho e pronto, seu trabalho est\u00E1 terminado! - Por Zandru, homem, voc\u00EA enlouqueceu! Uma observa\u00E7\u00E3o astron\u00F4mica n\u00E3o vale tanto assim, senhor Raphael. A conjun\u00E7\u00E3o acontece no m\u00EDnimo uma vez por ano... - Eu n\u00E3o sou \u00C2ngelo Raphael, e n\u00E3o vim por causa das Quatro Luas! Por mim, poderiam ser vinte mil juntas no c\u00E9u o ano inteiro, n\u00E3o importa! Ele foi surpreendido. Com um pulo, a mo\u00E7a colocou-se junto dele e encostou sua l\u00E2mina em sua garganta. - Eu falei s\u00E9rio em Thendara, terranan. O que voc\u00EA veio fazer aqui? Um chute certeiro na boca do est\u00F4mago jogou Kindra do outro lado do abrigo. - Sou o capit\u00E3o Daniel Summers, comandante da USS Bishop. E n\u00E3o vim espionar o seu planeta. N\u00E3o me interesso por essa pedra de gelo habitada. Vim resgatar a \u00FAnica coisa que me interessa nesse universo... - Callista Ridenow. Interrompido em seu acesso de f\u00FAria, Summers n\u00E3o disfar\u00E7ou sua surpresa. - Como voc\u00EA sabe? Ela sacudiu a cabe\u00E7a. - Todo o planeta sabe da Guardi\u00E3 que deixou Darkover para juntar-se a Frota, voltou para c\u00E1 para combater um inimigo poderoso. Que se apaixonou pelo mais valoroso capit\u00E3o da Frota e a ele se entregou. Mas para o bem de Darkover e da gal\u00E1xia, dever\u00E1 se submeter ao supremo sacrif\u00EDcio e ser\u00E1 neutralizada para voltar ao posto de Guardi\u00E3 de Arillin. E voc\u00EA veio salva-la!!! Nos olhos da mo\u00E7a - quantos anos ela teria? Quinze? - brilhou a emo\u00E7\u00E3o de estar participando de algo maior, algo que seria contado em fogueiras ao redor do mundo, talvez do universo. Summers ainda buscava se recuperar do choque de ver-se transformado em mito. - Voc\u00EA a viu? - A dama Callista? Sim, quando ela saiu de Thendara para Arillin...parecia t\u00E3o triste e desolada. N\u00E3o pensei que voc\u00EA fosse t\u00E3o velho. Bom, deixe-me recolher minhas coisas, capit\u00E3o, e irei guia-lo para Arillin mesmo nessa nevasca. Em quest\u00E3o de minutos estavam novamente na trilha. Os ventos assobiavam nas \u00E1rvores, e Summers tinha dificuldades para se manter de p\u00E9. Equilibrava-se, apoiado nos animais de carga, que acostumados ao clima prosseguiam com firmeza. A mo\u00E7a tamb\u00E9m continuava sem maiores problemas. Por diversas vezes, esteve preste a desistir de tudo, mas lembrou-se do motivo de estar ali, da mulher que amava e continuou. Havia momentos em que a renunciante parava e vinha lhe ajudar. Uma \u00FAnica vez, subiram uma pequena colina. Colina para os padr\u00F5es darkovanos, em qualquer outro lugar seria uma montanha. Summers perdeu o equil\u00EDbrio e viu-se dependurado em um desfiladeiro. Embaixo dele, neve e gelo. N\u00E3o fosse Kindra o ajudar, nem seu bra\u00E7o tecnorg\u00E2nico iria salva-lo. Darkover tinha seus perigos. Prosseguiram por todo o dia e parte dessa noite. Quando pararam para acampar, a neve j\u00E1 caia com menos intensidade e a temperatura era mais agrad\u00E1vel. - O clima \u00E9 sempre assim nessa \u00E9poca? - No inverno \u00E9 pior...e s\u00F3 tem menos neve porque estamos indo para as terras baixas. Se estiv\u00E9ssemos subindo na dire\u00E7\u00E3o das Hellers, s\u00F3 ter\u00EDamos tempo bom em semanas. Comeram em sil\u00EAncio. Summers pensava em Callista, sozinha, entregue ao seu destino. Quando estavam terminando, ouviu a voz da jovem. - Capit\u00E3o. Ela...dama Callista...como sabe que ela vai voltar com o senhor? - Pode me chamar de Daniel, Kindra. Eu n\u00E3o sei, n\u00E3o posso saber. Mas irei at\u00E9 ela e s\u00F3 quando ela me disser que tem que ser assim, eu voltarei... Na penumbra ele pode ver o rosto da menina tornar-se pensativo. - Nos festivais em Thendara os trovadores contam sobre voc\u00EAs. \u00C9 t\u00E3o bonito, parece uma das antigas lendas das donzelas chieri que encantavam os homens...Mas se ela n\u00E3o voltar? Summer recusara-se a considerar essa possibilidade. Ela iria voltar com ele. Para a Bishop. Se quisesse pedir baixa do posto de Conselheira, a apoiaria e permaneceriam juntos. N\u00E3o importava como. - Se Callista aceitar o que vai ser feito, eu irei respeitar a decis\u00E3o dela. E partirei. Ela estendeu a m\u00E3o e tocou de leve a dele. - Duvido que ela n\u00E3o volte com voc\u00EA... Sorrindo, esperando que ela estivesse certa, Summers terminou sua janta e preparou-se para dormir. Teve uma noite estranha, com sonhos que o perturbaram. Sonhou que Callista chorava e gritava o seu nome enquanto o pai a transformava. E depois, a bela mo\u00E7a se transformava em um ser frio e distante, que n\u00E3o o reconhecia e mandava que o recolhessem ao calabou\u00E7o. Ouviu-se gritando, e foi com seus gritos que acordou, encharcado de suor. O dia estava quase amanhecendo, e Kindra j\u00E1 estava de p\u00E9, preparando o desjejum. Quando o viu, disse. - Pesadelos? Ele apenas assentiu com a cabe\u00E7a, ainda incapaz de falar. A renunciante serviu uma x\u00EDcara de um l\u00EDquido quente e amargo, parecido com o caf\u00E9 terrestre. A manh\u00E3 ainda estava fria, mas n\u00E3o nevava mais. O sol come\u00E7ava a despontar. - Chegaremos a Arillin pouco depois do almo\u00E7o. Dar\u00E1 tempo para descobrirmos onde Callista est\u00E1. Rogo aos deuses que ela n\u00E3o esteja na Torre. - Por que? - Se ela estiver l\u00E1, n\u00E3o poderemos entrar. N\u00E3o temos o sangue Comyn, e uma armadilha na porta de todas as torres impede os que n\u00E3o s\u00E3o nobres de entrar. S\u00F3 restava torcer ent\u00E3o. Partiram pouco depois. A temperatura estava fria, mas agrad\u00E1vel Aqui e ali o verde come\u00E7ava a ressurgir em pequenos arbustos e moitas. Summers sentia-se mais animado. Kindra cantava para ele, em uma voz incerta, as baladas que ouvira sobre a hist\u00F3ria do amor da Guardi\u00E3 e o capit\u00E3o da Frota Estelar. Um barulho suspeito fez com que ambos se calassem. N\u00E3o demorou para que soubessem o que estava acontecendo. Um grupo de cinco homens aproximou-se deles, espadas desembainhadas. - Entregue o dinheiro, terranan. Kindra saltou da montaria e se colocou entre Summers e os bandidos. A luta que come\u00E7ou era definitivamente injusta. A renunciante lutava bem, mas eram cinco contra uma. Foi quando Summers resolveu intervir. Desmontou calmamente e meteu-se no meio da briga. Em quest\u00E3o de minutos, com seu treino em defesa pessoal, derrubou os atacantes, deixando a mo\u00E7a surpresa. Ela provavelmente n\u00E3o esperava que ele fosse capaz de tanto. Deixaram os assaltantes ca\u00EDdos no ch\u00E3o e prosseguiram. A chegada em Arillin deixou o terrestre impressionado. Thendara era uma cidade parecida com as cidades medivais terrestres, um labirinto tortuoso de ruas e vielas. Arillin era quase como se tivesse sido planejada. Ruas largas e limpas, iluminadas pelo sol, colocadas como se tivessem sido planejadas. Casas pintadas de branco, uma pra\u00E7a de mercado no centro. E no alto de uma montanha, dominando a paisagem, a Torre de Arillin. Para Summers, parecia mais do que uma mera torre. Era uma constru\u00E7\u00E3o gigantesca, parecida com os castelos da Terra. Ocupava todo o topo da montanha e ainda descia por um peda\u00E7o. - N\u00E3o imaginei que fosse t\u00E3o grande... - A Torre? Nem \u00E9 a maior, Dalereuth \u00E9 quase duas vezes o tamanho de Arillin. Ficou impressionado. Imaginou o que teria acontecido com aquele povo. Pelo que lembrava, as torres tinha no m\u00EDnimo dois mil anos, e haviam sido constru\u00EDdas com o poder mental dos telepatas que as utilizavam. Na mesma \u00E9poca, pelo pouco que os darkovanos contavam de sua pr\u00F3pria hist\u00F3ria, carros guiados mentalmente cruzavam os c\u00E9us. Agora, o n\u00EDvel de tecnologia era zero, s\u00F3 restavam as hist\u00F3rias de um tempo de gl\u00F3ria. S\u00F3 tinham entrado para a Federa\u00E7\u00E3o por um acidente que quebrara a Primeira Diretriz. Havia cientistas sociais que alegavam ser Darkover uma col\u00F4nia perdida dos primeiros anos de viagens espaciais terrestres. Ao entrar em Arillin, Summers perguntou-se se eles n\u00E3o teriam raz\u00E3o. - Bom, cap...Daniel. Eu irei ver com as renunciantes de Arillin se sabem de alguma coisa sobre a dama Callista. - E eu? Summers foi levado at\u00E9 um estabelecimento comercial razoavelmente limpo, com mesas de madeira envernizada e um cheiro de lenha que parecia estar entranhado no ambiente. O pr\u00F3prio Summers, depois de duas horas esperando ali, come\u00E7ava a se sentir tamb\u00E9m cheio de fuma\u00E7a. Bebeu um pouco do vinho adocicado das terras baixas darkovanas enquanto ouvia a conversa\u00E7\u00E3o ao seu redor na l\u00EDngua fluida daquela parte do planeta. Sabia que era olhado com estranheza, afinal estranhos eram raros nas partes mais interioranas do planeta. E Summers, com seu rosto marcado pelas guerras, era marcante demais como soldado da Frota para passar desapercebido. Por seus c\u00E1lculos inexatos, deveria faltar pouco menos de uma hora para o p\u00F4r-do-sol quando Kindra entrou na taverna, junto com mais tr\u00EAs mulheres, vestidas como ela e tamb\u00E9m de cabelos curtos. - Achamos. Levantou-se de um pulo. - Onde? Vamos para l\u00E1 agora. Foi impedido por sua companheira de viagem. - N\u00E3o \u00E9 t\u00E3o f\u00E1cil assim, Daniel. O pai dela previu que haveria uma tentativa de encontra-la... Cercou a casa de guardas. Por isso chamei algumas de n\u00F3s que estivessem disposta a lutar. Olhou agradecido. Seguiram ent\u00E3o at\u00E9 uma casa, um pouco afastada do centro da cidade. Era maior do que as demais resid\u00EAncias, e estava em total sil\u00EAncio. Algumas sombras se moviam por perto, os guardas que Kindra mencionara. A renunciante fez um sinal, e todas avan\u00E7aram em dire\u00E7\u00E3o a casa, fazendo barulho e despertando a aten\u00E7\u00E3o dos seguran\u00E7as. Enquanto isso, Summers entrava pela parte de tr\u00E1s da casa. Agradecendo a Kindra e as demais renunciantes por estarem distraindo os guardas de Lorde Ridenow, subiu as escadas da casa correndo. No segundo andar, atrav\u00E9s de uma porta vinha uma voz doce que cantava uma m\u00FAsica sentida. Ele reconheceria aquela voz mesmo que estivesse no inferno. Era Callista. Bateu na porta, sem querer se identificar. - Entre, pai. Ela estava de costas para a porta, sentada na cama, tocando uma esp\u00E9cie de harpa. - Mandou a mensagem para Daniel? - O que diria a mensagem, Callie? A ruiva ficou de p\u00E9 em um salto. Seus olhos cinza brilhavam de alegria quando se virou para confirmar o que ouvira. Parecia para o capit\u00E3o que ela estava abatida, mas continuava linda. Estava usando uma t\u00FAnica simples, de seda azul, os cabelos soltos. Ficou ali, parada, temendo se aproximar. - Daniel!! O que voc\u00EA est\u00E1 fazendo em Darkover? Como voc\u00EA me achou? Voc\u00EA me perdoa? Eu queria ter... O fluxo de frases foi cortado, pois Summers fora at\u00E9 ela em passos r\u00E1pidos e a beijou, longa e demoradamente. Sentiu de novo o doce cheiro de alfazema de seus cabelos, o calor do corpo pequeno em seus bra\u00E7os. - Callie, meu amor. Eu tinha que vir...para dizer tudo. Tudo o que eu n\u00E3o disse. Ela sorriu, o rosto molhado de l\u00E1grimas. - E desde quando precisa atravessar a gal\u00E1xia para dizer coisas a uma telepata? Nunca duvidei dos seus sentimentos, Daniel... Beijou as l\u00E1grimas do rosto dela, a boca pequena e bem feita. - Mas eu precisava dizer em voz alta, olhando nos seus olhos...Voc\u00EA \u00E9 a coisa mais preciosa da minha vida, deu raz\u00E3o a uma exist\u00EAncia fria e sem rumo. Eu era uma m\u00E1quina de matar a servi\u00E7o da Frota at\u00E9 conhecer voc\u00EA. Volte comigo, por favor. A tristeza desceu como uma sombra no rosto formoso da Guardi\u00E3. Soltou-se de Summers, segurando apenas as m\u00E3os dele. - Entenda...tudo o que eu mais queria era estar ao seu lado, at\u00E9 o fim. Lutar na Bishop a sua guerra. Mas meu pai descobriu que eu posso ser \u00FAtil como guardi\u00E3 para derrotar os borgs de forma definitiva. Se eu fizer a opera\u00E7\u00E3o, serei a telepata mais poderosa de Darkover...Com um c\u00EDrculo de outros trabalhando em conjunto comigo, poderei derrota-los. E voc\u00EA estar\u00E1 livre dessa guerra, para sempre. - E o que eu vou fazer sem voc\u00EA? Callista segurou-lhe o rosto por segundos. Acariciou de leve antes de tirar a m\u00E3o. - Vai continuar a viver, explorar novos mundos...como devia ser. N\u00E3o mais um guerreiro, mas um explorador...E eu vou ser feliz, sabendo que finalmente voc\u00EA poder\u00E1 ser um capit\u00E3o da Frota como sempre quis, em paz. Ele beijou a m\u00E3o que pousava em seu rosto. L\u00E1grimas ardiam em seus olhos e ele se esfor\u00E7ava para conte-las. Sempre preferira usar as palavras ao inv\u00E9s de lutar, por\u00E9m chegara em um momento em que nenhum dos dois seria \u00FAtil. - Callie, amada...n\u00E3o me deixe. De que vai adiantar a paz sem que voc\u00EA esteja ao meu lado para desfruta-la? Por favor... A ruiva beijou seus l\u00E1bios levemente. O cheiro de alfazema invadiu Summers e as l\u00E1grimas rolaram livres. - Eu preciso. Por voc\u00EA... Nesse instante, o pai de Callista irrompeu no quarto, acompanhado por Cassilde, a respons\u00E1vel pela Torre de Arillin. - Summers, eu vou leva-lo a Corte Marcial, seu bastardo! Como voc\u00EA se atreve? Vou acabar com sua carreira... Em uma voz sombria e triste, o capit\u00E3o apenas respondeu. - Minha vida j\u00E1 est\u00E1 acabada, Lorde Ridenow. Fa\u00E7a como quiser. Beijou a m\u00E3o de sua amada, que agora tamb\u00E9m chorava, e disse. - Adelandeyo, caria... - Adeus, amado. Controlando os solu\u00E7os, ela foi levada por Cassilde. Piero Ridenow ficou parado no quarto, olhando o homem que se apaixonara por sua filha. - N\u00E3o entendo. Voc\u00EA arriscou uma carreira brilhante, anos de bons servi\u00E7os. Sabe que este \u00E9 um planeta fechado. Poderia ter acabado com um s\u00E9culo de negocia\u00E7\u00F5es entre Darkover e a Frota. Por que isso, Summers, por qu\u00EA? - Por ela. Tudo isso que voc\u00EA acabou de dizer, n\u00E3o vale um s\u00F3 fio dos cabelos de Callista. Eu faria qualquer coisa para v\u00EA-la uma ultima vez, para te-la em meus bra\u00E7os. E fiz. Faria de novo. Se puder, o farei. S\u00F3 morto, eu desisto dela. O darkovano aproximou-se, encarando. - Eu menti para ela. Trouxe-a para Darkover para afasta-la de voc\u00EA. A neutraliza\u00E7\u00E3o n\u00E3o aconteceria. Ir\u00EDamos engana-la at\u00E9 esquecer voc\u00EA, ou o senhor fazer o favor de morrer. E voc\u00EA atravessa metade da gal\u00E1xia atr\u00E1s de minha filha. Virou as costas para Summers. - Leve-a daqui. Fa\u00E7a-a esquecer que Darkover e eu existimos. E principalmente...fa\u00E7a com que minha filha seja feliz. Eu irei providenciar um transporte \u00E1ereo pela manh\u00E3... - E as renunciantes? - Est\u00E3o bem. Percebemos logo que era um engodo. Aproveite o festival das Quatro Luas, capit\u00E3o Daniel Summers. Adelandeyo. Ep\u00EDlogo As luas brilhavam no c\u00E9u. Afastados da mulitd\u00E3o que dan\u00E7ava na pra\u00E7a de Arillin, Callista e Summers, cansados depois da \u00FAltima dan\u00E7a, olhavam para o c\u00E9u. - \u00C9 realmente lindo...N\u00E3o imaginei que fosse assim. - Sabe qual a minha lua preferida? - Qual? - Liriel...a de cor violeta. \u00C9 a lua dos apaixonados...dizem que na Era do Caos uma ex-Guardi\u00E3 voltou da morte para encontrar seu marido. Ela tinha o mesmo nome da lua... - Foi como voc\u00EA, ent\u00E3o. Achei que tinha a perdido para sempre...e voc\u00EA est\u00E1 aqui. A luz dos luares os envolveu e eles deixaram-se ficar ali, felizes. Um momento de paz. Summers sabia que voltaria para a Guerra, para a sua nave, mas desde que ela estivesse ao seu lado, tudo valeria a pena."@en . "Sobre o luar de Darkover"@en . .